quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DEZ MIL IMIGRANTES CLANDESTINOS AFRICANOS PROTESTAM DIANTE DO PARLAMENTO ISRAELENSE

Mais de 10 mil solicitantes de asilo africanos, de gente que entrou ilegalmente e clandestinamento no país, se reuniram nesta quarta-feira em frente ao Parlamento, em Jerusalém, no quarto dia de mobilização contra a política de imigração do governo, segundo a polícia. "Mais de 10 mil manifestantes se reuniram com a autorização da polícia em frente ao Knesset", afirmou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld. O presidente do Parlamento, Yuli Edelstein, proibiu a entrada de quatro representantes dos manifestantes convidados por deputados para participarem de uma reunião sobre a questão da imigração no país. Edelstein justificou sua decisão explicando em um comunicado que pretendia "evitar provocações que poderiam degenerar em violência e desordem". "Todos somos refugiados! Sim à liberdade e não à prisão", gritaram, em inglês, portando bandeiras eritréias e etíopes. Todos alegaram estar fugindo de ditaduras, guerras civis ou genocídios. Os imigrantes denunciam a recusa das autoridades israelenses em analisar seus pedidos de asilo e uma lei votada em 10 de dezembro, segundo a qual os clandestinos podem ser colocados, sem aviso prévio, em um centro de detenção durante o período de um ano. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu que suas manifestações não "servirão para nada". Na terça-feira em Tel Aviv, os manifestantes afirmaram que o movimento de contestação continuará até que o governo anule a polêmica lei e conceda asilo político. As autoridades israelenses calculam em 60 mil os africanos que entraram clandestinamente no país; 3.920 deles já foram expulsos do país. Para evitar a continuidade dessa corrente de imigração ilegal, o governo de Israel terminou em 2013 a construção de uma vala eletrônica ao longo dos 230 quilômetros de fronteira com o Egito, o que permitiu reduzir praticamente a zero o número de entradas ilegais.

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