terça-feira, 28 de janeiro de 2014

ECONOMISTA SUGERE USO DE RECURSOS DO TESOURO NACIONAL PARA COBRIR CUSTO DE ENTRADA EM OPERAÇÃO DE USINAS TERMELÉTRICAS

Apesar das temperaturas elevadas que provocam aumento do consumo de energia, não existe risco de apagão no Brasil porque as usinas termelétricas estão acionadas. No entanto, isso tem um custo, disse nesta segunda-feira o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nivalde de Castro. “Quando se entra com a termelétrica, isso tem um impacto tarifário”, destacou. O economista lembrou que, como 2014 é um ano "sensível" em termos políticos, porque é ano de eleições gerais – para a Presidência da República, governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e assembléias legislativas –, o governo poderia adotar novamente a solução que encontrou no ano passado, quando o Tesouro Nacional entrou com recursos “para que as distribuidoras pudessem pagar essa conta (do uso de termelétricas), que é do consumidor”. Para Nivalde Castro, se  for mantida a tendência de acionamento das termelétricas, as distribuidoras vão receber recursos do Tesouro, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), “para poder  cobrir esse buraco, que acaba estourando na empresa”. Segundo ele, a distribuidora não tem condição de pagar tal valor, porque isso não foi previsto no reajuste tarifário. “Ela não tem dinheiro em caixa para adiantar esse valor, porque o aumento só vem uma vez por ano”, explicou. O professor reforçou que a atitude mais coerente para o governo é usar o expediente usado no ano passado, que “evitou uma explosão tarifária”, que teria impacto na inflação, trazendo em consequência  aumento de juros, desemprego e crescimento baixo. “Em um ano eleitoral, dificilmente o governo vai permitir que isso aconteça”, disse Castro.

Nenhum comentário: