quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PRESIDENTE DO COI DIZ QUE RIO DE JANEIRO PRECISA SE TRANSFORMAR

O descarrilamento de uma composição da Supervia no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, ocorreu em um momento-chave para a cidade: a primeira visita de Thomas Bach como presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) desde que foi eleito em setembro do ano passado. Enquanto milhares de passageiros tentavam chegar ao trabalho em um dia de caos para os transportes públicos, em uma corrida de obstáculos que incluiu caminhar pela linha férrea e embarcar em ônibus superlotados a caminho do Centro, Bach visitava instalações olímpicas para averiguar o estágio de preparação da cidade para os Jogos de 2016. O presidente do COI fez um alerta, embora a diplomacia que rege as relações entre autoridades locais e os integrantes dos comitês tenha reduzido o tom da cobrança: “O transporte sempre é uma das principais preocupações da Olimpíada. O problema de hoje mostra que o Rio de Janeiro precisa de uma transformação e que os Jogos Olímpicos podem ajudar nisso”, disse ele. Bach sobrevoou áreas da cidade, visitou o Maracanã e conheceu a sede do Comitê Organizador da Rio 2016, no Estácio. Ele reconheceu o atraso nas obras do parque olímpico de Deodoro, onde serão disputadas 11 modalidades, mas disse acreditar que a estrutura será entregue a tempo. "Se você olha Deodoro, vê que é necessário um grande esforço para concluir a tempo. A boa noticia é que todo mundo sabe disso: o comitê organizador e vários níveis de governo", avaliou. O presidente do COI não comentou se serão necessários aportes do poder público ao Comitê Organizador da Rio 2016, o que deve ser sinalizado em evento nesta quinta-feira pela organização local. A última estimativa de despesa para o evento foi feita em 2008 e previa um gasto de 5,6 bilhões de reais apenas com comitê local e equipamentos esportivos, no chamado orçamento olímpico, com a previsão de um aporte de 1,4 bilhão de reais pelo poder público, dividido pelo governo federal, estadual e municipal. Do setor público, o orçamento para infraestrutura estava previsto em 23,2 bilhões de reais em 2008, mas já se sabe que os gastos superaram essa estimativa inicial. Bach prometeu apenas um "orçamento razoável" para o evento, mesmo que os custos superem as estimativas iniciais. Bach assumiu a presidência do COI no ano passado sob a expectativa de que poderia fazer mudanças nas disciplinas olímpicas, competições derivadas de modalidades que já estão no programa olímpico, como a classe Star da vela, que, especulou-se, poderia voltar aos Jogos em 2016. A inclusão de disciplinas é considerada mais simples do que a entrada de uma nova modalidade. Mas ele sinalizou que a inclusão de novas disciplinas é uma possibilidade distante. "O programa está fixado. Os prazos já foram ultrapassados. Mas ao mesmo tempo, discussões foram iniciadas pela agenda olímpica 2020, e temos algumas iniciativas de pensar sobre mais flexibilidade em relação ao programa. Temos que ver como a discussão evolui, mas o programa foi organizado há algum tempo. A dois anos e meio da Olimpíada, é muito apertado e seria um desafio", declarou.

Nenhum comentário: