quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ROMBO DA PREVIDÊNCIA SOBE 14,8% EM 2013 E CHEGA A R$ 51,26 BILHÕES

A Previdência Social terminou o ano de 2013 com um déficit de 51,259 bilhões de reais, o que representa uma alta de 14,8% sobre o rombo de 44,646 bilhões de reais registrado em 2012. Os números do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) foram divulgados nesta quarta-feira. No ano passado, a arrecadação previdenciária somou 313,731 bilhões de reais e a despesa atingiu 364,991 bilhões de reais, considerando valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2012, a arrecadação havia sido de 299,499 bilhões de reais e os gastos alcançaram 344,145 bilhões de reais. Entre os principais fatores que contribuíram para o aumento da despesa estão os reajustes dos benefícios, o crescimento natural do estoque e, principalmente, o pagamento de passivos judiciais e revisões administrativas. Somente essas últimas somaram 2,3 bilhões de reais, explica o Ministério da Previdência Social (MPS), em nota sobre o resultado. O déficit da Previdência pesa diretamente sobre as contas do governo. Na quinta, inclusive, o Tesouro Nacional divulga o resultado primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) referente ao mês de dezembro e ao ano de 2013 como um todo. A equipe econômica trabalha com a meta de obter, para 2013, um superávit primário de 73 bilhões de reais para o governo central, descontados abatimentos previstos em lei, como investimentos de estatais e desonerações. Em dezembro de 2013, a Previdência Social pagou 31,199 milhões de benefícios, sendo 27,009 milhões previdenciários e acidentários e, os demais, assistenciais. Houve elevação de 3,8% em comparação com o mesmo mês de 2012. As aposentadorias somaram 17,5 milhões de benefícios. O valor médio dos benefícios pagos pela Previdência de janeiro a dezembro de 2013 foi de 1.001,73 de reais. Em relação ao mesmo período de 2006, houve crescimento de 16,6%, destaca o MPS. Também nesta quarta-feira, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgou um levantamento mostrando que três em cada 20 pessoas com mais de 65 anos no Brasil não têm aposentadoria e 40% dos trabalhadores não economizam para isso. Os dados fazem parte de um "raio-x" do cenário previdenciário brasileiro dentro do estudo "Melhores aposentadorias, melhores trabalhos - em direção à cobertura universal na América Latina e no Caribe". O trabalho aponta também que a maioria dos aposentados brasileiros recebe, em média, 20 dólares ou menos por dia; que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria; que 25% dos trabalhadores da classe média são informais e que menos de três em cada dez trabalhadores autônomos estão poupando para a aposentadoria. Para o futuro, o horizonte é sombrio. Conforme o estudo, em 2050 quadruplicará o número de pessoas com 65 anos ou mais. Mas, em 2050, somente sete em cada dez adultos em idade de se aposentar terão poupado para alcançar esse objetivo. Ou seja, entre 15 e 22 milhões de pessoas não terão economizado para a aposentadoria quando o ano de 2050 chegar. Hoje, para cada aposentado há dez trabalhadores potenciais. Em 2050 essa proporção cairá para um aposentado para cada três trabalhadores potenciais, ou seja, haverá menos gente apta a financiar o sistema previdenciário. 

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