sábado, 4 de janeiro de 2014

TUMA JR. REVELA AS ENTRANHAS DO APARATO POLICIAL DO ESTADO BRASILEIRO SOB O GOVERNO DO PT

Ao instrumentalizar a Polícia Federal, o governo Lula e seus ministros da Justiça - Márcio Thomaz Bastos, Tarso Genro e Barreto - agregaram nela o "poder de informação", área de inteligência deslocada da Abin, após a constatação de que ela não conseguiria resultados, simplesmente por falta do poder de polícia. Sob Lula, a Polícia Federal passou a fazer os informes sob o título de "relatório de inteligência" ou de "relatórios circunstanciados de inteligência", que são depois juntados a inquéritos e a processos, portanto peças de polícia judiciária, um substrato material para indiciamento, acusações e condenações. Tudo isto é o que conta o delegado Romeu Tuma Júnior no seu livro "Assassinato de Reputações", na página 73. Nem a ditadura tinha pensado em algo semelhante. A Polícia Federal foi aparelhada para propósitos partidários. Primeiro era estipulado o alvo e depois eram usados grampos e dossiês. Leia o que explica Tuminha na página 74: " Aí, antes de qualquer coisa, você vaza tudo na imprensa e condena o acusado no Supremo Tribunal do Google.  A Polícia Federal é o braço armado e indispensável do projeto de poder. Ela opera com fachada de legalidade". No livro, Tuma Júnior denuncia que a Polícia Federal altera números de inquéritos para disfarçar prescrições, mandados de busca são usados para fazer provas e não para buscar provas, transcrições de grampos são feitas sem método científico cronológico dedutivo, não ocorrem diligências durante as interceptações, descontextualizam-se diálogos de grampos, criando enredos e mandando gente para a prisão por achismo e dedução. Pior: números de linhas telefônicas são listados para o juiz sem que a polícia prove que efetivamente ela é de uso ou titularidade do investigado. Não basta dizer que é. É preciso provar. Isto não é feito e os juizes admitem o deslize. Tuma Jr. diz que superintendentes da Polícia Federal nos Estados foram estimulados a assumir secretarias estaduais de Segurança Pública. Os governadores sabiam, ou deviam saber, que eles deviam mais lealdade à Polícia Federal do que ao governo estadual. No Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius caiu na armadilha (ela também nomeou, no início do governo, como chefe do Tesouro, um alguém que tinha sido assessor do petista Aloizio Mercadante e da bancada do PT no Congresso Nacional). Quando reclamou por não ter sido informada sobre a Operação Rodin, o seu secretário da Segurança, ex-superintendente da Polícia Federal, avisou com franqueza: "Devo lealdade à senhora, mas devo mais lealdade à Polícia Federal". Continua Tuma Jr.: "Quando se trata de grampo, o alvo é o aparelho, e não o interlocutor, escolhendo muitas vezes "alvos laranjas" para pegar pessoas com resguardo de foro. Quando se trata de adversário e este for inocente, o inquérito fica aberto, tramitando ad eternum para se dizer: "Ele está sendo investigado".

Nenhum comentário: