domingo, 5 de janeiro de 2014

UM NOVO INCÊNDIO EM REFINARIA, DESTA VEZ NA DUQUE DE CAXIAS, CORTA PARCIALMENTE A PRODUÇÃO DE DIESEL E GASOLINA DA PETROBRAS

Um incêndio em uma refinaria da Petrobras, a Duque de Caxias, no fim do sábado, cortou parcialmente a produção de gasolina e diesel em uma das principais unidades de produção da estatal de petróleo, gerando uma situação que pode obrigar a estatal a aumentar suas importações de combustíveis. O fogo atingiu seis bombas que levam produtos à unidade de coqueamento na refinaria de Duque da Caxias (REDUC), forçando a parada da unidade de coqueamento até que os equipamentos pudessem ser consertados, afirmou Simão Zanardi, presidente do sindicato. Ele visitou a refinaria na manhã deste domingo para inspecionar os danos. A REDUC processa cerca de 242 mil barris por dia. Ninguém ficou ferido no incêndio, de acordo com a Petrobras e o sindicato (Sindipetro Duque de Caxias). A própria unidade de coqueamento não foi danificada, segundo a Petrobras. A Duque de Caxias, a Reduc, é a quarta maior refinaria da Petrobras. "Este é apenas mais um sinal de quanto a empresa está sob pressão", disse Zanardi: "As refinarias estão trabalhando a toda ou acima da capacidade, e a perda desta unidade, não importa por quão pouco tempo, vai significar em mais importações e menos lucro para a empresa". Ele acrescentou que lhe foi dito que as bombas poderiam ser restauradas em cerca de três dias, mas que ele achava que essa era uma projeção otimista. Ele também se preocupa que as bombas em questão possam ser colocadas de volta à operação de forma "apressada", sem backups adequados, comprometendo a segurança. Três das seis bombas atingidas eram unidades de back-up, disse ele. A demanda por combustíveis de veículos vem crescendo mais rápido do que a economia do Brasil. Isto fez com que as 13 refinarias brasileiras da Petrobras fossem incapazes de atender a demanda doméstica por gasolina e diesel. Para compensar o déficit, a empresa, única de refino do Brasil, precisa importar. O governo do Brasil, no entanto, não permite que a Petrobras cobre preços mundiais de gasolina e diesel, o que significa que cada barril de combustível importado é vendido com uma perda. O negócio de refino e abastecimento da unidade da empresa perdeu mais de 30 bilhões de reais nos últimos dois anos, como resultado. O incêndio também levanta questões sobre a capacidade da Petrobras de continuar operando suas refinarias existentes com segurança. Houve pelo menos quatro acidentes notáveis nas refinarias da Petrobras no último mês e meio, de acordo com fontes sindicais e da indústria de combustíveis. Dois desses acidentes foram na Reduc, embora o incêndio de sábado seja o primeiro a afetar a produção de combustíveis. Um incêndio em novembro na refinaria Repar cortou 200 mil barris por dia de capacidade de refino por quase um mês e levou à compra de emergência de cargas de combustível em todo o mundo. Outro incêndio em uma refinaria em manutenção em Manaus feriu gravemente dois trabalhadores. Zanardi diz que o sindicato se queixou à Petrobras e representantes do governo sobre a operação da refinaria acima de sua capacidade projetada e adiamento da manutenção necessária para atender às demandas do governo.

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