terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

DÍVIDA CAMBIAL ATINGE MAIOR NÍVEL EM 11 ANOS DEVIDO A AÇÕES DO BANCO CENTRAL PARA TENTAR SEGURAR COTAÇÃO DO DÓLAR

As vendas de dólares no mercado futuro para segurar a cotação da moeda fizeram a dívida interna vinculada ao câmbio atingir o maior nível em 11 anos. A dívida mobiliária (em títulos) interna corrigida por moedas estrangeiras encerrou janeiro em R$ 204,09 bilhões, no valor mais alto desde março de 2003, quando havia atingido R$ 225,44 bilhões. Em termos percentuais, a fatia do câmbio na dívida interna subiu de 9,22% em dezembro para 10,47% em janeiro. A participação é a maior desde outubro de 2004, quando alcançou 11,24%. Apesar de não envolverem emissões de títulos, as operações de swap cambial tradicional, que equivalem às vendas de dólares no mercado futuro, interferem na composição da Dívida Pública Federal (DPF) conforme os critérios usados pelo Banco Central. Pelos critérios do Tesouro Nacional, que desconsidera as operações de swap, a participação do câmbio na dívida mobiliária interna passou de 0,57% em dezembro para 0,61% em janeiro. A proporção do câmbio na dívida mobiliária interna tende a aumentar nos próximos meses por causa da decisão do Banco Central de estender, até junho de 2014, o programa de venda de dólares no mercado futuro. Desde agosto, o Banco Central injeta US$ 500 milhões diariamente nos leilões de swap (que funcionam como venda de dólares no mercado futuro). Em janeiro, esse volume foi reduzido para US$ 200 milhões diários. Além do aumento da participação do câmbio, a concentração de vencimentos de papéis prefixados – com taxa de juros definida no momento da emissão – piorou a composição da dívida interna em janeiro. A participação dos títulos prefixados caiu do nível recorde de 43,30% em dezembro para 39,91% no mês passado. A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), subiu levemente, de 11,35% para 11,47%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação também cresceu, de 36,14% para 38,16%, no maior nível da história. Todos esses números também levam em conta as operações de swap pelo Banco Central. Com taxas definidas no momento da emissão, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública.

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