domingo, 2 de fevereiro de 2014

EX-OGX RECEBERÁ APORTE DE US$ 215 MILHÕES

Representantes da OGX e de detentores de bônus da empresa passaram o fim de semana debruçados sobre pendências burocráticas para a assinatura de um acordo definitivo de credores. O aporte na petroleira será de US$ 215 milhões, faixa superior do acerto divulgado no Natal. Resta ainda definir de que forma se dará a conversão da dívida desses "credores financiadores" em ações da petroleira, rebatizada de Óleo e Gás Participações. O ponto está sendo analisado minuciosamente para evitar que a operação caia no filtro de órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entre as possibilidades está o uso de debêntures simples ou conversíveis em ações. A escolha pode trazer implicações relativas, por exemplo, a um eventual direito de preferência dos minoritários. A OGX (atual Óleo e Gás Participações) precisa receber o dinheiro novo o mais rápido possível para viabilizar sua reestruturação. Qualquer interferência externa seria prejudicial. Os US$ 215 milhões serão aportados por meio de um tipo de financiamento chamado DIP (debtor in posession) e representam mais da metade do que a companhia precisa para se manter em 2014. Após o acerto, a configuração acionária da OGX será mantida como no anúncio inicial, no fim do ano passado: 90% das ações passarão aos credores da companhia e 10% ficarão com os atuais acionistas. Esse grupo inclui Eike Batista, hoje controlador da companhia. Na última semana houve mudanças na estrutura do DIP, após dificuldades operacionais verificadas no empréstimo-ponte de US$ 50 milhões obtido em janeiro pela OGX junto ao Credit Suisse. Por conta de alterações referentes à operação "back to back" - para a entrada no Brasil dos recursos vindos do Exterior -, o banco responsável pelo DIP dessa vez será o Deutsche Bank. As mudanças geram atrasos porque demandam nova documentação. O plano de recuperação judicial da OGX será entregue à Justiça no dia em que o acordo final for celebrado com seus principais credores. Após dois adiamentos, a companhia comunicou na quinta-feira que entregará o documento até 7 de fevereiro. Estimada em US$ 125 milhões, a liberação da primeira parcela do empréstimo principal ocorrerá em seguida. Os outros US$ 90 milhões só entrarão no caixa da OGX após a aprovação do plano de recuperação judicial em assembléia de credores. Só então será feita a conversão dos recursos em ações e os "bondholders" passarão a ser os novos donos da petroleira.

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