quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

FINALMENTE O SUPREMO MANDAR PRENDER O BANDIDO PETISTA MENSALEIRO JOÃO PAULO CUNHA

Depois de trinta dias de espera, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, assinou nesta terça-feira a ordem de prisão contra o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). A defesa do petista mensaleiros que já começaram a cumprir pena, como os colegas de partido José Dirceu e Delúbio Soares.

Condenado no julgamento do mensalão a nove anos e quatro meses de detenção, o parlamentar começará a cumprir, inicialmente, seis anos e quatro meses de pena em regime semiaberto porque ainda recorre da condenação pelo crime de lavagem de dinheiro. Como está reticente em renunciar ao mandato, João Paulo poderá repetir o impasse de Natan Donadon (RO) no Legislativo brasileiro– o país agora passaria a ter dois deputados atrás das grades.
A decisão para a prisão do deputado havia sido tomada por Barbosa no dia 2 de janeiro, mas só foi divulgada quatro dias depois. Porém, Barbosa saiu em férias sem concluir a documentação necessária para a prisão. Na sequência, os dois ministros que assumiram interinamente o comando do STF, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, não quiseram despachar o mandado de prisão.
Na véspera de ser preso, João Paulo promoveu um ato político: almoçou com petistas e filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) em um acampamento em frente ao Supremo, braço sindical do PT. O petista afirmou que pretende apresentar pedido de revisão criminal, além de recorrer a organismos internacionais contra sua condenação. Na noite desta terça-feira, ele havia programado mais um ato: distribuiria uma revista atacando o julgamento da Corte.
Paralelamente, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), número dois na hierarquia da Casa, provocou Barbosa nesta segunda, durante a abertura do ano legislativo. Sentado ao lado do presidente da Corte, o petista repetiu duas vezes no plenário o gesto dos mensaleiros José Dirceu e José Genoino quando se entregaram à polícia – braço erguido, com punho cerrado. Vargas também foi flagrado sugerindo em mensagem pelo celular que um colega acertasse uma cotovelada em Barbosa.
Condenação
Presidente da Câmara na época do escândalo do mensalão, João Paulo foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e corrupção passiva. Conforme denúncia do Ministério Público, entre outras irregularidades, ele recebeu 50.000 reais do publicitário Marcos Valério para favorecer a agência de publicidade SMP&B em um contrato com a Câmara. Para a acusação, o dinheiro era propina, o que o deputado nega. Inicialmente, ele afirmou que o PT enviou recursos para que fosse paga uma fatura de TV a cabo. Em seguida, mudou a versão e disse que o dinheiro era para realizar pesquisas pré-eleitorais na região de Osasco (SP), sua base eleitoral.
Por Reinaldo Azevedo

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