quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

JULGAMENTO DO MASSACRE DO CARANDIRU É DISSOLVIDO APÓS SAÍDA DE ADVOGADO

A terceira etapa do julgamento do massacre do Carandiru foi suspensa nesta terça-feira após o advogado de defesa dos réus, Celso Vendramini, abandonar o plenário no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Vendramini reclamou que o juiz Tellini de Aguirre Camargo estaria beneficiando a promotoria. Ele deixou a sessão enquanto o júri ouvia o depoimento do primeiro réu. Com isso, o conselho de sentença foi dissolvido e o tribunal definirá uma nova data para o reinício do julgamento. "Estou percebendo que, para o Ministério Público, tudo, e para a defesa, nada", afirmou o advogado, ao deixar a sessão. Vendramini havia se irritado com o Ministério Público porque um dos promotores estava lendo um depoimento prestado pelo réu em outra ocasião. Ele pediu que o juiz interviesse e, como não foi correspondido, abandonou o plenário. “O que o Ministério Público estava fazendo era ler um depoimento longo do réu, e no final ele perguntava o que bem entendia. O correto, em um tribunal de júri, é fazer perguntas", questionou. O promotor Eduardo Olavo Canto Neto classificou a atitude do advogado como um “desrespeito à lei e à sociedade”. Nesta terceira etapa, são julgados quinze policiais acusados da morte de oito detentos no terceiro andar do pavilhão nove do antigo presídio. Em outubro de 1992, o prédio foi palco de uma rebelião que terminou com a morte de 111 presos.

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