domingo, 23 de fevereiro de 2014

MINISTRO DO SUPREMO DEFENDE REFORMA E DIZ QUE HÁ ESCASSEZ DE BOA POLÍTICA NO BRASIL

O ministro Luís Roberto  Barroso, do Supremo Tribunal Federal, defendeu na sexta-feira a urgência de uma reforma política no País. Segundo Barroso, a expansão do Judiciário nas decisões da vida pública brasileira deve-se, sobretudo, à escassez de boa política no Pais. Ao ministrar a aula inaugural na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Barroso abordou os temas judicialização da Política e Separação dos Poderes. Barroso disse que a escassez de boa política talvez seja uma marca da atualidade no Brasil e que a constatação não é apenas dele, mas também da sociedade e da classe política. Segundo ele, é preciso romper com a inércia e reconhecer "a necessidade urgente, quase desesperada, de uma reforma política no País”. O ministro exemplificou com o atual modelo de financiamento de campanhas eleitorais, que, segundo ele, dá uma centralidade exorbitante ao dinheiro. "O dinheiro é o grande eleitor no Brasil, mas nenhuma democracia pode viver sem um debate de idéias, onde quem tem mais dinheiro financia-se melhor e faz o programa de televisão mais caro”, afirmou Barroso. Para ele, houve um descolamento entre a classe política e a sociedade civil, que faz mal à democracia. O ministro ressaltou, entretanto, que quem deve fazer a reforma é o Congresso Nacional, e não o Supremo.

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