domingo, 23 de fevereiro de 2014

PETROBRAS NÃO PODE TROCAR VIDAS HUMANOS POR BARRIS DE PETRÓLEO, ACUSA O MINISTÉRIO PÚBLICO

A Petrobras precisa melhorar de forma significativa a manutenção das plataformas, para dar condições mais seguras de trabalho aos profissionais embarcados e prevenir tragédias no mar. É o que mostram relatório do Ministério Público do Trabalho e levantamento sobre incidentes recentes em embarcações, apurados pelo sindicato dos trabalhadores. O documento do Ministério Público do Trabalho lista irregularidades de diversos níveis de gravidade nas cinco plataformas escolhidas para vistoria em 2013, e em outra fiscalizada em 2012. Descontrole sobre emissões de gases, rotas de fugas mal delineadas, despejo de dejetos sem tratamento no mar, botes salva-vidas incapazes de salvar, ferrugem acentuada, controle de manutenção deficiente e jornadas excessivas de profissionais de saúde foram os problemas que chamaram a atenção do Ministério Público do Trabalho. As vistorias fazem parte do projeto Ouro Negro, criado em 2011 pelo Ministério Público do Trabalho e promovido em parceria com Marinha, ANP (Agência Nacional do Petróleo e Derivados), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Ibama e Ministério do Trabalho, para fiscalizar estruturas e condições de trabalho nas plataformas. "A Petrobras está melhorando, mas ainda precisa avançar muito. A manutenção no mar é complicada e pode exigir a parada de produção, mas não podemos quantificar vidas humanas em barris de petróleo", diz o procurador Maurício Coentro, responsável nacional pela Coordenadoria do Trabalho Portuário e Aquaviário do Ministério Público do Trabalho.

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