quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

RAIOS, RAIOS DUPLOS! RAIOS TRIPLOS! OU: DEUS NOS LIVRE DOS VENTOS, DOS RAIOS E ATÉ DAS CHUVAS, APENAS DA SECA!!!

Que pitoresco! Mais uma vez, o Operador Nacional do Sistema Elétrico, ONS, aventa a hipótese de que o apagão havido no Brasil poder ter decorrido de um raio. Hermes Chipp, diretor do órgão, afirmou que tudo pode ter sido provocado por uma “descarga atmosférica”, também conhecida, leitor, por um apelido: raio. Disse ele: “É uma das hipóteses. Temos de verificar com os institutos especializados se havia descargas no momento. Eles têm como identificar isso”. O ONS, no entanto, pediu 15 dias para explicar os verdadeiros motivos. É mesmo, é? Quer dizer que o Brasil pode, a depender do caso, parar sem que se conheçam os motivos antes de duas semanas.

Num outro apagão, de 2012, Chipp aventou a mesma hipótese. A presidente Dilma afirmou então: “No dia em que falarem para vocês que foi raio, gargalhem”.
Eu gargalho. Gargalhei muito com a explicação dada para o mega-apagão de 10 de novembro de 2009, que deixou às escuras o Sudeste do país e parte considerável do Nordeste. Uma autoridade do governo veio a público para dizer o seguinte, 21 horas depois do apagão:“O sistema foi submetido a uma forte, a uma situação muito forte, baseada numa alteração com vendaval, chuva e raios, e que isso teria tirado o sistema, teria desligado o sistema. Ao se proteger, ele desligou”.
De quem são essas palavras? Como se pode ver no vídeo abaixo, da então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Desde 2003 — e estamos em 2014 — Dilma é a Senhora dos Anéis do setor elétrico: primeiro como ministra das Minas e Energia, depois como chefe da Casa Civil e do PAC e, já há mais de três anos, como presidente da República. Ou alguém acha que é o ministro Edson Lobão quem manda no setor? Hoje, ele só sabe distinguir uma tomada de um focinho de porco porque o Brasil inventou aquela estrovenga que só é vendida por aqui. Como já se disse, se algo só existe no Brasil, ou é jabuticaba ou é besteira. Vejam o vídeo. Volto em seguida.
No vídeo, a gente nota que Dilma está brava com os jornalistas, esse bando de curiosos que sempre querem saber a razão das coisas. Ela dá um pito em todo mundo. Na quarta à noite, a gente viu a imagem dela no Jornal Nacional, convenientemente perto de um janelão, falando ao telefone e dando um bafão em alguém. Logo se concluiu que estava furiosa com o apagão. Dilma não precisa procurar muito para chegar à pessoa que manda no setor, não é mesmo?
A agora presidente sempre foi muito competente para criar a fama de que é… competente. Não sei, não… A estiagem prolongada levou ao apagão de 2001, no governo FHC. Treze anos depois, a falta de chuvas volta a rondar o setor elétrico, por mais que se tente tapar o sol, e põe sol nisso!, com a peneira. E cumpre notar uma coisa, caros leitores: o Brasil cresce a menos de 2%. Nesse particular, ainda bem que Guido Mantega erra sempre as previsões. Estivesse crescendo a 5%, 6%, como seria o desejável, o sistema já teria dado pau faz tempo. Ou por outra: o sistema elétrico deste país tropical não conseguiria conciliar calor excessivo com crescimento robusto da economia. Mas eles são competentes, tá? Por Reinaldo Azevedo

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