domingo, 2 de fevereiro de 2014

TORCIDA ORGANIZADA INVADIU CENTRO DE TREINAMENTO DO CORINTHIANS, AMEAÇOU LINCHAR OS JOGADORES E DEPREDOU INSTALAÇÕES

Um dos torcedores que participaram da invasão do Centro de Treinamento do Corinthians no sábado esteve seis meses preso em Oruro, na Bolívia, no ano passado, acusado de envolvimento na morte do torcedor boliviano Kevin Espada. De acordo com a Polícia Militar, Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, liberado da prisão um junho passado, foi identificado pelos policiais. "Ele foi reconhecido por um soldado presente na operação como um dos torcedores presos na Bolívia", afirmou a tenente Ana Paula Martins. Segundo a oficial, Tiago estava exaltado, mas não demonstrou comportamento diferente dos demais manifestantes, que vestiam camisas de torcidas uniformizadas. Não é a primeira vez que os presos de Oruro se envolvem em outras confusões depois da libertação. Em agosto, jornalistas identificaram a presença de Leandro Silva de Oliveira, outro preso na Bolívia, nos conflitos entre torcedores do Vasco e Corinthians no estádio Mané Garrincha, em Brasília, em jogo pelo Campeonato Brasileiro. Após a invasão do sábado, o departamento jurídico do Corinthians registrou um Boletim de Ocorrência no 62.º DP, no bairro de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, citando dano ao patrimônio, furto de dois celulares de funcionários do clube, além de carros danificados. A invasão das torcidas organizadas ao CT do Corinthians foi um ato comparado a uma rebelião de presídio, segundo o consultor médico do clube, Joaquim Grava, que é quem dá nome ao centro de treinamento, construído em 2010 e que custou R$ 55 milhões. Ele disse: "Estou no Corinthians desde 1979, nunca tinha visto uma coisa dessas, foi um horror, isso não é protesto é violência. O que aconteceu foi igualzinho as cenas de rebelião de presídio. Torcedores com paus, pedras, estilete. Queriam pegar todo mundo". O início do treino estava marcado paras às 9h30. Segundo Grava, os goleiros já estavam no campo e os demais atletas se preparavam para iniciar a atividade, a última antes do jogo deste domingo, contra a Ponte Preta, quando o time foi derrotado mais uma vez. Um grupo de pelo menos cem torcedores invadiu o CT pelo portão de imprensa. Eles fizeram um buraco no alambrado e entraram no local. Como todos os sábado, havia viaturas da Polícia Militar fazendo a segurança do CT. Quando percebeu-se que o número de torcedores era grande, foi chamado o reforço.  "Era um grupo de mais de cem torcedores, tenho certeza", disse Grava. "Eles queriam bater nos jogadores, diziam que iam o matar o Romarinho, o Emerson Sheik, davam pauladas a esmo. Eu só escapei porque um torcedor me reconheceu e disse, 'pára, este é o doutor'; passei mal, sofro de arritmia desde criança, fui medicado, agora estou bem". Durante a invasão, os jogadores ficaram presos em um complexo dentro do próprio CT. Os torcedores, que saquearam funcionários do clube, tentaram invadir o hotel onde os atletas ficam concentrados.

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