segunda-feira, 24 de março de 2014

CHAVISTA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL ANUNCIA CASSAÇÃO DE MANDATO DE DEPUTADA OPOSICIONISTA E A AMEAÇA COM A CADEIA. É A DITADURA, APOIADA POR NOSSO POLÍTICA EXTERNA DE CHANCHADA

Com a ajuda ativa do Brasil, ou com seu silêncio, o governo ditatorial da Venezuela segue a sua sanha literalmente assassina contra a população e contra os oposicionistas. Desde o dia 12 de fevereiro, quando tiveram início os protestos de rua, já são 36 os mortos. Nesta segunda, Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional, um chavista ainda mais truculento do que Nicolás Maduro, anunciou que a deputada Maria Corina Machado, a mais dura voz contra o regime ditatorial, perdeu o seu mandato e a imunidade parlamentar. Cheio de orgulho, ele anunciou: “Ela pode ser presa a qualquer momento, sem aviso prévio”. Pois é! Qualquer um pode.

Não houve processo de cassação nem votação da Assembleia. Cabello decidiu, de forma pilantra, evocar dois artigos da Constituição venezuelana para anunciar a destituição. Explico.
Na sexta-feira passada, estava prevista uma intervenção de Maria Corina na assembléia da OEA, a Organização dos Estados Americanos. Manobras dos representantes de governos de esquerda, incluindo o Brasil, conseguiram retirar o tema Venezuela da pauta. O embaixador interino do Brasil na organização, o senhor Breno Dias da Costa, chegou a dizer: “O objetivo dessa reunião não é transformar-se num circo para uma plateia externa”. Breno é a prova mais contundentes de que a política externa brasileira virou uma palhaçada, sem nenhuma ofensa aos palhaços, é claro. Até porque não tenho dúvida de que, se vivo fosse, Arrelia faria melhor papel da OEA do que Breno. Arrelia tinha a cara pintada, mas não tinha cara de pau.
Volto a Corina. Como ela foi proibida de falar, a representação do Panamá, então, lhe cedeu a cadeira para que ela denunciasse as múltiplas violações aos direitos individuais e às liberdades públicas em seu país.
Dois artigos da Constituição venezuelana, o 149 e o 191, proíbem que deputados exerçam alguma outra função em caráter permanente ou que aceitem honrarias de governos estrangeiros sem prévia autorização da Assembleia. Ora, Maria Corina não fez nada disso. Um país ceder temporariamente a cadeira a um representante de outro é prática conhecida na OEA. A própria Venezuela já fez isso duas vezes: em 1989, muito antes do chavismo, permitiu que um panamenho denunciasse os crimes da ditadura do coronel Manuel Noriega. Em 2009, já com Chávez no poder, cedeu seu assento para Patricia Rodas, ex-chanceler de Honduras e porta-voz do maluco Manuel Zelaya.
Na Venezuela, já estão na cadeia Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, e os prefeitos Daniel Ceballos, de San Cristóbal, e Enzo Scarano, de San Diego. Agora Nicolás Maduro avisa, por intermédio de Cabello,  que Maria Corina será a próxima. Pelo Twitter, ela escreveu: “Senhor Cabello: eu sou deputada da Assembléia Nacional enquanto o povo da Venezuela assim o quiser”. Ela está no Peru para participar de uma seminário da Fundación Libertad, comandada pelo Nobel de Literatura Vargas Llosa, dedicada à defesa das liberdades individuais, tudo aquilo que não há mais na Venezuela. 

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