quarta-feira, 26 de março de 2014

CRISE DE ENERGIA PODE COMPROMETER META FISCAL DO GOVERNO PETISTA DE DILMA ROUSSEFF

A crise do setor elétrico brasileiro pode comprometer a meta fiscal do governo em 2014. Os custos com energia devem sugar até 16 bilhões de reais dos cofres do governo, além dos recursos já previstos no orçamento e nos pacotes de socorro às distribuidoras, segundo cálculos da consultoria Excelência Energética. O impacto pode ser ainda maior se for considerada a conta a ser paga em indenizações do setor. A questão teve influência na decisão da agência internacional de classificação de risco Standard & Poor's de rebaixar o rating soberano do Brasil, de "BBB" para "BBB-", na segunda-feira. A economista da S&P, Lisa Schineller, declarou que os subsídios dados ao segmento e o represamento do aumento dos custos das distribuidoras com o acionamento de térmicas podem pesar no orçamento federal. "Não será fácil para o governo alcançar a meta de 1,9% de superávit primário, sem recorrer a ajustes de uma única vez, dado o cenário de baixo crescimento econômico", afirmou Lisa, em teleconferência. "Há riscos para a piora das contas fiscais nos próximos anos, como a dinâmica atual do setor elétrico, com os subsídios podendo pesar no orçamento, limitado aumento de preços (de energia), alguns custos sendo adiados", acrescentou. O governo definiu como meta um superávit primário de 99 bilhões de reais em 2014, 1,9% do PIB. Para tanto, será necessário um corte nos gastos de 44 bilhões de reais. No entanto, os baixos níveis dos reservatórios e a elevação do risco de racionamento têm feito as térmicas trabalharem a todo vapor, levando a um aumento no custo da energia. Além disso, as distribuidoras começaram o ano descontratadas em 3,2 mil MW médios, sendo obrigadas a comprar energia no mercado de curto prazo ao preço recorde de 822,23/MWh reais.

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