quarta-feira, 26 de março de 2014

DOLEIRO DA OPERAÇÃO LAVA-JATO TERIA MOVIMENTADO R$ 90 MILHÕES

A Polícia Federal descobriu que uma empresa de consultoria controlada pelo doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, movimentou quase 90 milhões de reais entre os anos de 2009 e 2013. A Polícia Federal suspeita que parte desses valores foi utilizada para pagamento de propinas para agentes públicos corrompidos por Youssef. A descoberta sobre o fluxo milionário do caixa do doleiro ocorreu após análise da quebra de sigilo bancário da MO Consultoria e Laudos Estatísticos, que Youssef criou para captar valores de clientes empresários, segundo a investigação da polícia. A operação Lava-Jato foi desencadeada há dez dias para desmontar sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que atingiu o montante de 10 bilhões de reais. A investigação mostra as digitais de Youssef em negócios sob suspeita do Ministério da Saúde e da Petrobras. Youssef é um antigo conhecido da Justiça Federal. Nos anos 1990 ele foi protagonista do escândalo Banestado, de evasão de 30 bilhões de dólares. A Lava-Jato o flagrou agora em ação novamente. Ele teria pago propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A Polícia Federal constatou que o doleiro presenteou o executivo com um carro modelo Land Rover Evoque, no valor de 250.000 reais. As comissões pagas por Youssef para Costa e outros suspeitos podem ter chegado a soma de quase 8 milhões de reais. A Polícia Federal interceptou mensagem de correio eletrônico enviada pela gerente financeira de uma empresa, que encaminha planilha de pagamentos de "comissões", em valores vultosos - total de 7.950.294,23 reais -, com indicação, no campo fornecedor, das siglas MO e GFD. Segundo a Polícia Federal, a GFD Investimentos e a MO Consultoria "são empresas controladas por Alberto Youssef, que as colocou em nome de pessoas interpostas e são por ele utilizadas para ocultação de patrimônio e movimentação financeira relacionada às operações de câmbio no mercado negro". Em cinco anos, período entre 2009 e 2013,  as contas do doleiro movimentaram exatamente 89,73 milhões de reais. Entre os principais remetentes do dinheiro identificados pela polícia, que receberiam o dinheiro de Youssef estão vinte pessoas jurídicas, entre as quais algumas das maiores empreiteiras do País e empresas de engenharia, que despontam como "fonte pagadora" da MO Consultoria.

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