quarta-feira, 26 de março de 2014

RIO DE JANEIRO AGUARDA PROJETO PAULISTA PARA AVALIAR A TRANSPOSIÇÃO DO RIO PARAÍBA DO SUL

O secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Indio da Costa, disse que não há como o Estado aceitar a construção de um canal de ligação entre os reservatórios de Jaguari e de Atibainha com o objetivo de transpor água do Rio Paraíba do Sul para abastecer o Sistema Cantareira, conforme pedido do governador de São Paulo, Geraldo Alkimin, sem que o Estado analise o projeto. “Claro que a gente não vai contribuir com nenhum projeto que gere prejuízo ao uso dos recursos hídricos necessários, a chamada segurança hídrica. Portanto, garantindo a quantidade e a qualidade da água que o Rio de Janeiro necessita, a gente quer poder entender melhor o projeto para saber se é possível contribuir com essa iniciativa”, disse. Segundo o secretário, o Rio de Janeiro está disposto a ajudar São Paulo, desde que moradores, indústrias e a agricultura do estado não sejam prejudicados. "Não se nega um copo d'água para ninguém, mas não se morre de sede para dar água aos outros", disse o secretário. Indio da Costa informou que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós- Graduação e de Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) elaboraram um estudo que define as necessidades atuais e das próximas décadas de abastecimento para o Rio. De acordo com ele, o estudo está em fase de revisão para depois ser publicado. O trabalho vai ser a base para a análise do projeto paulista. “A Secretaria do Ambiente não recebeu nenhum estudo técnico de São Paulo. Até o momento é muito mais entrevistas e informações do governo do Estado, pela imprensa, do que efetivamente um projeto que a gente tenha tido acesso e que possa analisar”, acrescentou. De acordo com o secretário, para a realização da transposição é preciso ter a concordância também da Agência Nacional de Águas (ANA), responsável pela fiscalização e pela regulação da utilização da água dos rios do País. Pelos números da agência, no período de estiagem, o Rio de Janeiro tem direito a 190 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), dos quais 119 m³/s vão para o Sistema Guandu, que abastece a Baixada Fluminense e capital do Rio de Janeiro, e 71 m³/s continuam seguindo o fluxo do rio. Em período de vazão normal, o número sobe para 250 m³/s. Desses, 160 m³/s vão para o Guandu e 90 m³/s seguem o leito do rio até são João da Barra, quando se junta ao mar.

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