quinta-feira, 17 de abril de 2014

ANDRÉ VARGAS DIZ QUE NÃO RENUNCIA MAIS E ENFURECE OS PETISTAS. ORA, POR QUE NÃO O EXPULSAM, COMO O DEM FEZ COM DEMÓSTENES TORRES? MEDO?

André Vargas, positivo e operante, diz que continua na Câmara e pronto. Será?
André Vargas, positivo e operante, diz que continua na Câmara e pronto. Será?
E o ainda deputado federal André Vargas (PT-PR), hein? Avisou os companheiros do PT que decidiu renunciar à renúncia. Deixou muita gente furiosa. Vamos ver se vai conseguir segurar a decisão. Os petistas estão fazendo uma pressão danada para que ele caia fora de vez. Na quarta-feira, ele formalizou apenas a renúncia à vice-presidência da Câmara e do Congresso, mas manifestou a intenção de manter o mandato.  
Já expliquei onde está o busílis da coisa. De fato, o parágrafo 4º do Artigo 55 da Constituição, aprovado por emenda em 1994, determina que a renúncia de um parlamentar não suspende o processo de cassação iniciado no Conselho de Ética. Ele terá de prosseguir até a sua conclusão. O que se queria com isso em 1994? Impedir o parlamentar enroscado em alguma falcatrua de esperar até a última hora e, certo de que seria cassado, renunciar para tentar voltar na eleição seguinte.
Com a Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível por oito anos quem renunciar depois de aceito o processo no Conselho de Ética, esse tal parágrafo 4º perdeu razão de ser.
Mas está na Constituição, não é? E como é que fica se Vargas formalizar a renúncia? É o que o PT queria que ele fizesse. A questão certamente iria parar na Mesa da Câmara. O PT tinha a esperança de encurtar o processo. Não quer que esse negócio se arraste. O “caso Vargas” pegou; foi plenamente entendido pela opinião pública.
André Vargas, no entanto, disse aos petistas que, se é para o processo continuar, então ele não renuncia e pronto! O Conselho de Ética, diga-se, ainda não conseguiu nem notificá-lo da abertura do processo. Como ele está licenciado, ninguém o encontra. Há uma verdadeira caçada do gato ao rato — em que o Conselho, obviamente, faz o papel do gato.
André Vargas, que era um estrela ascendente no PT, virou uma fonte permanente de dor de cabeça. Na semana passada, andou fazendo ameaças nada veladas a algumas estrelas do partido. Agora, teria decidido permanecer no cargo. O PT tem a saída a que recorreu o DEM, por exemplo, que expulsou do partido Demóstenes Torres — por um tempo, ele virou um senador sem partido.
Mas essa briga com André Vargas os petistas não querem comprar. Ele prometeu reagir se isso acontecer. Tomara que reaja. Se falar o que sabe, poderá ao menos fazer algum bem ao País. Por Reinaldo Azevedo

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