quarta-feira, 9 de abril de 2014

COI COMEÇA A PENSAR EM "PLANO B" PARA A OLIMPÍADA DE 2016

"Temos um comitê com boas pessoas, mas sem o poder necessário para lidar com o problema. Estamos assustados. O governo precisa mudar a velocidade. Precisamos agir agora", cobrou Francesco Ricci Bitti, membro do COI. Se o Rio de Janeiro ainda quiser receber a Olimpíada de 2016 é melhor descruzar os braços. O Comitê Olímpico Internacional (COI) admitiu nesta terça-feira que pode começar a pensar em trocar de sede, diante da morosidade das obras na capital fluminense. "Podemos ser flexíveis na questão da infraestrutura, mas não em relação às sedes esportivas. Até para aquelas que não se consideram em risco, não vemos noção de urgência. Temos de sentar e começar a procurar um plano B", criticou o italiano Francesco Ricci Bitti, membro do COI e chefe da Federação Internacional de Tênis. Para Bitti, o Comitê Organizador Local está empenhado, mas esbarra na omissão do governo. "Temos um comitê com boas pessoas, mas sem o poder necessário para lidar com o problema. Estamos assustados. O governo precisa mudar a velocidade. Precisamos agir agora", cobrou, comparando o País com a China - onde, segundo ele, é possível pedir que as pessoas trabalhem noite adentro: "No Brasil, isso não é possível". Ainda de acordo com ele, se demorar mais seis meses, a situação pode ficar muito grave: "Não podemos esperar sempre que, no final, tudo estará resolvido. São hábitos dos sul-americanos, que não estão acostumados a sediar grandes eventos". O apoio do governo aos Jogos é "tardio e insuficiente", frisou Bitti, principalmente no que se refere aos recursos financeiros: "Eles têm muito discurso, mas não dinheiro. E palavras não bastam". Uma das principais preocupações é com o Parque Olímpico, em Deodoro, Zona Oeste, que sediará oito modalidades esportivas e está com o cronograma inicial de construção comprometido: "Estão atrasando, atrasando, atrasando".

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