segunda-feira, 28 de abril de 2014

CONFORME A OPOSIÇÃO, LULA "SURTOU"; ENTREVISTA É "LAMENTÁVEL" E "NÃO FAZ BEM À DEMOCRACIA"

O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, afirmou nesta segunda-feira que o ex-presidente Luiz (o alcaguete de denunciava companheiros para o Dops paulista, na ditadura militar, conforme o delegado Romeu Tuma Jr) agiu de forma “lamentável” ao negar o maior escândalo político da história do País e acusar o Supremo Tribunal Federal de fazer um julgamento com “praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica”, na indecorosa entrevista concedida pelo petista a uma emissora de televisão portuguesa. “Quando se combate o Judiciário, quando se combate a imprensa porque é crítica a ações do nosso grupo político, não se faz um bem à democracia”. “É lamentável ver um ex-presidente da República com afirmações que depõem contra o Poder Judiciário brasileiro”, disse o tucano: “Não podemos respeitar o Poder Judiciário quando ele toma decisões que nos são favoráveis e desrespeitá-lo quando ele toma decisões que não nos são favoráveis". Na entrevista divulgada neste final de semana, Lula tentou desqualificar o julgamento do escândalo. “O que eu acho é que não houve mensalão. Também não vou ficar discutindo a decisão da Suprema Corte. Eu só acho que essa história vai ser recontada. É apenas uma questão de tempo, e essa história vai ser recontada para saber o que aconteceu na verdade”, afirmou o ex-presidente: “O tempo vai se encarregar de provar que no mensalão você teve praticamente 80% de decisão política e 20% de decisão jurídica". Também pré-candidato à Presidência nas eleições de outubro, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou durante evento em São Paulo que o Judiciário tem que ser respeitado: “Em qualquer democracia, decisão de Suprema Corte se cumpre, não se discute”. Eduardo Campos tentou, porém, esquivar-se do embate direto com Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia — Campos tem concentrado suas críticas na gestão da presidente e futura adversária Dilma Rousseff. O senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM, afirmou que Lula “surtou”. “Foi uma declaração no mínimo infeliz e que nos leva a crer que Lula surtou. Todos sabem que o José Genoino comandou o PT quando ele era presidente, que o Delúbio Soares foi o arrecadador do dinheiro de sua campanha e que o José Dirceu é o número um do PT”, disse Maia, sobre a tentativa de Lula de se distanciar dos réus do escândalo: “Não faz o menor sentido atribuir um julgamento político a uma Corte para a qual ele indicou quase a metade dos ministros. Então, ele indicou políticos para essa função? É uma contradição monumental". Na entrevista concedida à imprensa portuguesa, Lula tentou se dissociar – de maneira desleal – dos mensaleiros que o ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores, nos anos 1980, e a conquistar o mais alto posto da República, em 2002. Ele afirmou que embora haja “companheiros do PT presos, não se trata de gente da sua confiança”. Um dos companheiros é José Dirceu, que chefiou a primeira campanha eleitoral de Lula e depois, no primeiro ano de seu mandato, exerceu o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. O bandido petista mensaleiro José Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão e passa seus dias atualmente no presídio da Papuda, em Brasília. Outro companheiro é José Genoino, igualmente fundador do PT. Ele ocupou a presidência do partido entre 2002 e 2005, os anos do Mensalão do PT. 

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