domingo, 13 de abril de 2014

CORTES DE PRODUÇÃO JÁ ATINGEM METADE DAS MONTADORAS

Das 20 fabricantes de automóveis, comerciais leves e caminhões instaladas no País, metade já anunciou medidas de corte de produção nas últimas semanas, seja por meio de férias coletivas, suspensão temporária de contratos de trabalho, redução de turnos e programa de demissão voluntária (PDV) - caso da Mercedes-Benz, que afirma ter 2 mil funcionários excedentes no ABC paulista. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no fim de março havia 387,1 mil veículos nos pátios das fábricas e concessionárias, o equivalente a 48 dias de vendas, a mais alta média desde novembro de 2008, em plena crise financeira internacional. O setor considera razoável 25 a 35 dias. No segmento de autopeças, que vende 70% de sua produção para as montadoras, as empresas também começam a adotar medidas de corte de produção, como férias coletivas, informa Paulo Butori, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). "Os empresários estão cautelosos e não estão investindo", diz Butori. Além dos problemas específicos de cada setor, há incertezas nos cenários econômico e político. O executivo teme que o desempenho da indústria como um todo seja ainda pior do que o crescimento de 0,5% projetado pelo Banco Central e encerre o ano negativo. Segundo o Sindipeças, a previsão até agora para o faturamento do setor (sem desconto da inflação ou variação cambial) é de crescimento de 5,5% em relação a 2013, mas essa estimativa será revisada, considerando-se as paradas nas montadoras.

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