terça-feira, 8 de abril de 2014

DILMA FAZ CAMPANHA ELEITORAL ILEGAL EM MINAS GERAIS PARA SI E PARA OUTRO PETISTA. OU: MAIS UMA VEZ, ECONOMIA REAGE BEM À QUEDA DE PETISTA EM PESQUISA

Quando lembro que seis ministros do Supremo Tribunal Federal — Luiz Fux, Roberto Barroso, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio — já se pronunciaram contra a doação de empresas privadas a campanhas eleitorais e vejo o uso desavergonhado da máquina pública federal em favor de candidaturas do PT, mais evidente se torna a estupidez da decisão dos doutores. É impressionante. Na semana passada, a presidente Dilma participou da solenidade de entrega de moradias do programa “Minha Casa Minha Vida”, em São José do Rio Preto, em São Paulo. Lá estava Alexandre Padilha, candidato ao governo do Estado. Na segunda-feira, foi a Contagem, em Minas Gerais, para doar caçambas e máquinas de terraplenagem a prefeituras da região. E quem estava pendurado em seu braço? Fernando Pimentel, que vai disputar o Palácio da Liberdade. Trata-se do uso explícito, escancarado, sem rodeios, do dinheiro público em favor das candidaturas do partido. E o que o STF pode fazer a respeito disso? Nada! No máximo, as respectivas oposições podem apelar a Justiça Eleitoral — no fim das contas, para nada.

Em Contagem, Dilma decidiu dar uma de valente. Referindo-se à tempestade de lambanças da Petrobras, afirmou: “É muito usual nos períodos da pré-campanha a utilização de todos os instrumentos possíveis para desgastar esse ou aquele governos. Nós temos experiência disso. Enfrentamos isso em 2006, com a reeleição do Lula, e 2010, na minha eleição. O meu governo continuará governando, mantendo o seu caráter republicano. Não iremos recuar um milímetro da disputa política quando ela aparecer”.
Pois é… A doutora se esquece de que é ela  a principal testemunha de irregularidades na Petrobras, não é mesmo? Ela confessou, de próprio punho, que, na condição de presidente do Conselho de Administração, foi enganada numa patranha bilionária. O que a Soberana não consegue explicar é a sua omissão posterior. Parece que o Planalto não está se dando conta de que, desta vez, a cascata de que tudo não passa de uma conspiração contra a Petrobras não está colando. Pesquisa Datafolha revela que 78% dos entrevistados acreditam haver, sim, corrupção na empresa. E por que não acreditariam? A cada dia, ficamos sabendo um pouquinho mais daquela casa de horrores.
Em seu pronunciamento em Contagem, ao lado do candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Dilma, cinicamente, disse que a campanha só começa em junho. É mesmo? O orador dos prefeitos foi o prefeito da cidade de Joaíma, Donizete Lemos. Discursou: “Não tenham medo de apoiar a presidente Dilma. Não tenham medo de encarar a campanha. Vamos manter esse governo. Prefeito não tem que ter medo. A Dilma tem que continuar”. E os presentes entoaram “Olê, olê, olê, olá, Dil-má, Dil-má”. Por muito menos, a Justiça Eleitoral já cassou mandato de prefeito e governador. É evidente que isso caracteriza uso da máquina pública em favor de um partido e compra de voto. Aqueles gloriosos ministros do STF, no entanto, estão ocupados em proibir a doação legal de campanha. Há uma coisa positiva. Há sinais evidentes de que, a cada dia, mais gente vai demonstrando que já está com o saco cheio desse estilo. Na segunda-feira, mais uma vez, os mercados viveram um dia de otimismo. Por quê? Comemoravam a queda de seis pontos de Dilma na pesquisa do Datafolha. Essa gente atrapalha hoje de tal sorte o país que a simples perspectiva de que possa ser, quem sabe, derrotada em outubro já enche os espíritos de um ânimo novo. Por Reinaldo Azevedo

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