terça-feira, 8 de abril de 2014

GOVERNO AMERICANO CONSULTOU DILMA ANTES DE AUTORIZAR A COMPRA DA REFINARIA DE PASADENA PELA PETROBRAS

Jamil Chade, correspondente do Estadão na Europa, publica nesta terça-feira esta informação surpreendente e relevante, porque até este momento nada circulou a respeito de possíveis entendimentos entre a Casa Branca e o Planalto a respeito da operação realizada com a refinaria Pasadena. A nota revela o nível de importância e profundidade, portanto atenção, que cercou o negócio, tratado agora como um acontecimento feito sem muito critério por parte da Petrobrás. Leia: GENEBRA - O governo dos Estados Unidos buscou garantias da parte de Dilma Rousseff em 2006 quando ela ainda era presidente do Conselho da Petrobrás antes de dar o sinal verde para que a empresa brasileira comprasse uma refinaria em Pasadena. Telegramas confidenciais da diplomacia americana obtidas pelo grupo Wikileaks revelam reuniões e missões enviadas ao Brasil pela Casa Branca diante da possibilidade de que a estatal brasileira comprasse a refinaria americana. Outro consultado foi o ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, epicentro da crise. Um dos telegramas de 12 de junho de 2006 é explícito em relação ao assunto já em seu título: “A Aquisição da Petrobrás da Pasadena Refining Systems”. O documento foi enviado pela embaixada americana em Brasília ao Departamento de Estado norte-americano e relata os encontros de ministros e delegações de Washington com autoridades nacionais, entre elas Dilma Rousseff. Uma das preocupações se referia à atuação da Petrobrás concorrendo contra interesses americanos na América Latina e tirando proveito justamente do fato de que governos da região começavam em 2006 a nacionalizar investimentos americanos. O temor era de que esses governos, uma vez recuperados os ativos de empresas americanas, repassariam os investimentos para a Petrobrás.

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