domingo, 6 de abril de 2014

INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL APONTAM QUE O DOLEIRO YOUSSEF E EX-DIRETOR DA PETROBRAS TERIAM CONTAS CONJUNTAS

As investigações da Polícia Federal apontam indícios de que as relações entre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, não se restringe ao suposto pagamento de propina. Novos documentos indicam que os dois tem uma ampla parceria financeira, o que inclui, por exemplo, uma conta conjunta no Exterior. Costa e Youssef estão presos em Curitiba. Ambos foram detidos durante a Operação Lava Jato, investigação sobre lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção. O bando detido teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. “Os documentos retratados na representação sugerem a existência de uma conta corrente dele (o ex-diretor da Petrobras) com o doleiro, contas comuns no Exterior e a entrega de relatórios mensais da posição dele com o doleiro e com pagamentos em haver para ele e para terceiros, alguns deles também relacionados a negócios envolvendo a Petrobras”, afirma um dos relatórios da polícia. A Polícia Federal também acredita que Paulo Costa recebeu R$ 7,9 milhões em propina por “obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela Petrobras”. A construtora Camargo Correia pode estar por trás da origem do dinheiro, por intermédio de Yousseff. Em grampo telefônico da Polícia Federal de outubro de 2013, ele mencionou o recebimento de 12 milhões da empreiteira, presidida pelo executivo Vitor Hallack. Em uma planilha apreendida pela Polícia Federal sobre “comissões” pagas a consultorias ligadas ao doleiro, aparece a sigla CNCC no campo dos clientes, “em provável referência ao Consórcio Camargo Corrêa”. O valor das comissões é de R$ 7,9 milhões. O consórcio faz parte das obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, orçada em R$ 9 bilhões. Há onze anos essa complexa e bilionária estrutura da Petrobras funciona sob o comando do PT, partido no governo, que detém o controle executivo e gerencial da empresa. Nem o mais ardoroso militante petista pode, em sã consciência, afirmar que a Petrobras está em melhores condições agora do que antes de 2002. Não há lente ideológica capaz de produzir hoje uma imagem animadora da Petrobras. O consenso dos analistas da indústria petrolífera é que a Petrobras está soçobrando sob a bateria de abusos de que vem sendo vítima. É consenso também que o potencial da Petrobras é tão grande que, deixada em paz pelo governo, em pouco tempo retomará a trajetória que fez dela, no auge, uma das empresas petroleiras mais valiosas do mundo. Mas, abusaram do aparelhamento político da Petrobras, transformando-a em uma fonte de escândalos de corrupção. A Petrobras foi feita de ferramenta para tentar corrigir erros absurdos de política econômica, sendo obrigada a amargar prejuízos bilionários para segurar os preços do diesel e da gasolina nas bombas e, assim, mascarar a inflação. O resultado é desastroso para a empresa e para o Brasil.

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