sábado, 19 de abril de 2014

LEI CONTRA MILÍCIAS É APLICADA EM SÃO PAULO A MILITANTES DOS BLACK BLOCS

Pela primeira vez, a Polícia Civil indiciou dois black blocs com base em uma lei de 2012, pensada originalmente para combater milícias paramilitares que atuam no Rio de Janeiro. Com isso, o grupo passou a ser visto como uma organização criminosa. Os dois adultos presos no protesto contra a Copa do Mundo ocorrido na terça-feira, em São Paulo, responderão por associação criminosa, artigo 288-A do Código Penal. Mas uma decisão da Justiça concedida na quarta-feira já soltou um deles. Desde que surgiram, nos protestos contra o aumento da tarifa de ônibus, em junho passado, os terroristas negam que são um grupo organizado. Afirmam que black bloc é um jeito de agir durante as manifestações, que inclui "ações diretas" contra alvos como bancos. Ao todo, 54 pessoas haviam sido detidas pela Polícia Militar no protesto, que terminou depois de quatro horas, quando duas agências bancárias da Avenida Vital Brasil, na zona oeste, foram depredadas. Mas, à Polícia Civil, a Polícia Militar afirmou que apenas o quarteto praticou atos de vandalismo. A associação criminosa foi a saída encontrada pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), da Polícia Civil, para tentar punição maior contra acusados de vandalismo nas manifestações. Até então, pessoas detidas nos atos eram acusadas, principalmente, de dano ao patrimônio, crime que não resulta em prisão. "Nosso propósito é identificar lideranças, para constatar que eles estão associados com o propósito de cometer crimes. Por isso, lavramos o flagrante", disse o delegado Antônio Carlos Herb, da DIG. "Essa lei é um adendo à formação de quadrilha, para combater a milícia armada. Inclui constituir, integrar e patrocinar grupos criminosos. Mesmo se você não for em uma manifestação, mas patrocinar os black blocs, você será indiciado", disse outro delegado da DIG, Carlos Castiglioni.

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