quarta-feira, 16 de abril de 2014

PETISTAS QUEREM A RENÚNCIA DO "DEMÓSTENES DO PT", MAS O DEPUTADO DO DOLEIRO RESISTE

O líder do PT na Câmara, deputado federal Vicentinho (PT-SP), subiu o tom nesta quarta-feira e disse que o próximo passo que o deputado André Vargas (PT-PR), o "Demóstenes do PT, deve dar é renunciar ao mandato legislativo. André Vargas formalizou nesta quarta-feira sua saída do cargo de vice-presidente da Casa. "Nossa expectativa é de que ele renuncie ao cargo. Isso é o que esperamos. Até para não ter que ficar sangrando permanentemente. Mesmo respeitando as suas dificuldades e as suas dores, eu sinto que vai chegando a hora da renúncia ao mandato. Isso vai eliminar uma série de desgastes", afirmou. Em conversas com petistas, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, afirmou: "Por mim, ele já tinha saído". A pressão para que André Vargas deixe o Legislativo visa desmobilizar o processo a que ele responde no Conselho de Ética da Casa. O partido teme que, se as investigações prosseguirem com André Vargas ainda no mandato, novos casos podem vir à tona em pleno ano eleitoral. Para o partido, a renúncia faria com que o colegiado perdesse força e não pudesse avançar. No entanto, há uma divergência em relação ao fim do processo caso haja a renúncia. O presidente do conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), afirma que o caso prosseguirá no colegiado mesmo que André Vargas desista do mandato. "O objetivo é prosseguir com as investigações, coisa que ele não quer", disse. Esta interpretação criou um impasse para André Vargas, como ele afirmou na terça-feira. Na segunda-feira, ele chegou a confirmar que renunciaria ao mandato, mas desistiu. Para ele, neste caso a renúncia seria inócua. Ele está licenciado por 60 dias do cargo, mas pode retornar ao trabalho após o feriado de Páscoa. Desde que o envolvimento de André Vargas com o doleiro preso Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, foi revelado, o PT iniciou um movimento de pressão para que ele deixe o mandato. O "Demóstenes do PT", André Vargas, formalizou a saída da vice-presidência apenas nesta quarta-feira, oito dias após ter anunciado publicamente que deixaria o cargo. Para Vicentinho, a demora constrangeu o partido. "Isso era para ter ocorrido no dia em que eu li a carta. Demorou, mas aconteceu. Acho que foi um gesto previsto", afirmou. Deputados do PT querem ouvir André Vargas para que ele explique as acusações. A Polícia Federal investiga esquema de lavagem de dinheiro envolvendo doleiros, políticos, empreiteiras e fornecedoras da Petrobras.

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