terça-feira, 29 de abril de 2014

PETROBRAS BUSCOU SÓCIO PARA "CAMUFLAR" GASTO BILIONÁRIOS NO EXTERIOR COM A REFINARIA DE PASADENA

A Petrobras pretendia incluir um sócio, a empresa japonesa Mitsui & Co., na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), para camuflar a extensão da transação em solo estrangeiro e evitar uma contradição com o discurso nacionalista do então presidente alcaguete Lula (delatava companheiros para o Dops paulista na ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr.) em relação aos negócios da estatal. A informação consta em documentos confidenciais da estatal. O texto de 11 páginas foi assinado por Luis Carlos Moreira da Silva, gerente executivo internacional de Desenvolvimento de Negócios da Petrobras. O documento data de 2005, um ano antes da efetivação da compra da primeira metade de Pasadena pela estatal brasileira. "A participação da Mitsui nesta aquisição, ou outro sócio financeiro, visa reduzir a exposição política da Petrobras com a aquisição de ativos de refino no Exterior, enquanto existe um apelo interno para a construção de novas refinarias do Brasil", diz o documento. De acordo com a exposição realizada pela Diretoria Internacional da estatal, independentemente de ser ou não mais vantajoso para a Petrobras dividir a compra da refinaria com um sócio, essa condição era vista como fundamental sob o ponto de vista político. Em 2002, o então candidato do PT começou sua campanha à Presidência criticando a gestão da Petrobras, na época sob comando do PSDB, por fazer encomendas de petroleiros e plataformas a estaleiros estrangeiros. Lula citou uma concorrência para construção de um navio em Cingapura e prometeu que, em seu governo, daria preferência a investimentos e encomendas da Petrobras em solo brasileiro. Na campanha seguinte, quando a Petrobras comprou a participação em Pasadena com base em um plano de investimentos elaborado desde a gestão tucana, o então presidente candidato à reeleição atacou a oposição dizendo que o PSDB privatizaria a Petrobras. Os executivos da Petrobras ofereceram a parceria à Mitsui em julho de 2005, quando a idéia era adquirir 70% das ações de Pasadena. Os japoneses enviaram uma carta demonstrando interesse em participar do negócio. No documento, a Mitsui disse que já haviam "firmado parcerias anteriores com a Petrobras envolvendo valores que passaram dos 5 bilhões de dólares".

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