terça-feira, 8 de abril de 2014

PRESIDENTE DE RUANDA CRITICA FRANÇA POR PARTICIPAÇÃO EM GENOCÍDIO

A cadeira que seria ocupada pela ministra da Justiça da França, Christiane Taubira, na cerimônia em homenagem aos 800.000 mortos no genocídio de Ruanda, há vinte anos, ficou vazia. O governo francês decidiu não participar do evento em reação às declarações do presidente ruandês, Paul Kagame, que acusa o país de ter tido participação na matança. A acusação não é nova, mas as divergências reavivadas pelos vinte anos do massacre ocorrem em um momento importante para a relação entre os dois países. Ruanda tenta manter seu crescimento econômico e sua reputação como um país estável no continente, enquanto a França está em meio a esforços para controlar os confrontos na República Central Africana, que muitos temem podem resultar em uma situação como a ocorrida em Ruanda, em 1994. Kagame apontou o “papel direto de Bélgica e França na preparação política do genocídio” e disse que tropas francesas tiveram uma participação “ativa” nas mortes, defendendo que a responsabilidade dos soldados foi muito maior do que o país admite. A chancelaria francesa declarou “surpresa” com as declarações do presidente de Ruanda. “Essas acusações vão contra o processo de diálogo e reconciliação mantido por vários anos entre os dois países”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores, em comunicado.

Nenhum comentário: