sexta-feira, 11 de abril de 2014

SÓCIO DA VALE EM MINA NA ÁFRICA É SUSPEITO DE FRAUDE E CORRUPÇÃO

Um relatório do governo de Guiné recomenda o cancelamento da concessão dada ao bilionário franco-israelense Beny Steinmetz para atividades de exploração numa mina de ferro em Simandu, uma das maiores reservas de minério do mundo. O empresário é acusado de corrupção. Steinmetz fez fortuna com diamantes e obteve permissão para explorar a mina de Simandu em 2008 ao pagar 170 milhões de dólares. Dezoito meses depois, o franco-israelense revendeu 51% de seus direitos à Vale por 2,5 bilhões de dólares, ou seja, quase 15 vezes o valor inicial. Com o negócio, foi formada a joint venture VBG. O governo da Guiné abriu uma investigação, que se estendeu para Suíça e Estados Unidos, por suspeita de favorecimento ilícito ao empresário franco-israelense. No relatório obtido nesta quinta-feira pela agência France-Presse, o Comitê Técnico de Revisão de Títulos e Convenções de Mineração do país africano considera que os títulos e a concessão das minas de Simandu e de Zogota (sudeste) que estão nas mãos da VBG foram obtidos por meio de práticas de corrupção. Segundo o informe, para obter a concessão, Steinmetz subornou com 8 milhões de dólares a viúva do ex-presidente de Guiné, Lansana Conté, entre 2006 e 2010. Conté governou o país por 24 anos até sua morte em 2008. No relatório, a Vale não é citada por qualquer participação em casos de corrupção. Assim, o Comitê propôs a suspensão das autorizações de exploração dos blocos 1 e 2 de Simandu e da concessão na zona minerária de Zogota, além da exclusão da VBG do processo de reatribuição das licenças. Desde que chegou ao poder em 2010, o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, Alpha Condé, lançou investigações como parte de um plano de combate à corrupção e de retomada do controle dos recursos naturais da Guiné.

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