domingo, 25 de maio de 2014

ATENTADO TERRORISTA EM MUSEU JUDAICO NA BÉLGICA DEIXA TRÊS MORTOS PELOS DISPAROS DE BALAS

Três pessoas morreram, e uma ficou gravemente ferida em um tiroteio neste sábado no Museu Judaico da Bélgica, no coração de Bruxelas, provocando comoção na comunidade judaica local e em todo o país. "O rei Philip soube, com consternação, do tiroteio. Apresenta suas condolências às famílias das vítimas. O rei está indignado com esse ato violento que afeta a comunidade judaica", anunciou o Palácio Real neste sábado à noite. Um suspeito, que foi detido no fim da tarde deste sábado e interrogado, admitiu que estava presente no momento do tiroteio, informou o Ministério Público de Bruxelas. Os investigadores continuam procurando um segundo suspeito que, de acordo com as câmeras de vigilância, deixou o local a pé, após o tiroteio. "Está se fazendo tudo para identificar e prender o autor, ou os autores desse drama", garantiu o primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo. O ataque aconteceu pouco depois das 16 horas (11 horas de Brasília), no bairro de Sablon, muito frequentado por turistas em busca das lojas de antiguidades. A polícia cercou a área, e a segurança foi reforçada em todos os lugares relacionados com a comunidade judaica no país. Testemunhas informaram que viram dois homens. Um teria se aproximado do veículo, estacionado em fila dupla, enquanto o outro, que levava "um saco preto", abriu fogo na entrada e, depois, nas salas do museu. Duas mulheres e um homem, que foram atingidos "no rosto e na altura da garganta", morreram na hora, ou pouco depois da chegada dos socorristas. Uma quarta pessoa ficou gravemente ferida. "Nosso país e todos os belgas, independentemente de seu idioma, sua origem, ou suas crenças, estão unidos e são solidários frente a esse odioso ataque em um lugar cultural judaico", disse o primeiro-ministro Di Rupo.
"São quatro vítimas inocentes. E esse é um lugar profundamente simbólico. O governo expressa todo seu apoio à comunidade judaica do nosso país", frisou o premiê. Algumas autoridades judiciais e políticas belgas chegaram a evocar um possível ato antissemita. Embora tenha dito que ainda é muito cedo para determinar que se tratou de um ataque de motivação antissemita, a ministra belga do Interior, Joelle Milquet, comentou que, levando-se em conta o local, "há fortes razões para supor que sim". O presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, denunciou esse "ato odioso e terrorista". "Dois anos depois dos selvagens assassinatos de Toulouse (França), trata-se de um novo exemplo de até onde o ódio e o antissemitismo podem levar", criticou o Congresso Judaico Europeu. O chanceler belga, Didier Reynders, que estava em Sablon, foi um dos primeiros a chegar ao museu. "Estou consternado com os assassinatos cometidos no Museu Judaico. Penso nas vítimas que eu vi e em seus familiares", desabafou. O ministro Reynders manteve prudência ao comentar a hipótese de ato antissemita, "mas é óbvio que pensamos nisso". "É um ato terrorista. O assassino entrou deliberadamente em um museu judaico", assegurou o presidente da Liga Belga contra o Antissemitismo (LBCA), Joël Rubinfeld, sem qualquer dúvida sobre a natureza do ato. "Infelizmente, isso poderia acontecer. Houve uma libertação do discurso antissemita. É o resultado de um ambiente que destila o ódio", afirmou o presidente da LBCA. Na mesma linha, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayhu, considerou que o ataque é resultado "da incitação ao ódio permanente" contra os judeus e contra Israel. "Continuamos ouvindo calúnias e mentiras contra o Estado de Israel em solo europeu, ao mesmo tempo que se ignoram, sistematicamente, crimes de lesa-humanidade e atos letais cometidos em nossa região", acusou Netanyahu, em um comunicado divulgado neste sábado. Alguns tons acima, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, líder de um partido ultranacionalista, acusou de ser "puramente antissemita e apenas isso" o "ativismo 'pró-palestino', que, novamente, como nas épocas mais obscuras, convocou o boicote 'aos produtos judaicos' e atua com agressividade contra a única democracia do Oriente Médio". O presidente francês, o socialista François Hollande, também condenou "a matança assustadora" no museu, manifestando aos belgas a "solidariedade" da França. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, denunciou esse ataque cometido "contra os valores da Europa". Que valores da Europa?!!! Há pouco mais de 60 anos, essa Europa gerou os valores do nazismo, do fascismo, do franquismo e do salazarismo e do comunismo.

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