sábado, 31 de maio de 2014

BASE ALIADA COGITA QUEBRA DE SIGILO DE GABRIELLI EM CPMI

Integrantes de partidos da base aliada da Câmara defendem que a CPI mista da Petrobras foque suas investigações nos personagens centrais da estatal e chegam até a apoiar a proposta, feita esta semana pela oposição, de quebrar o sigilo bancário do ex-presidente da empresa José Sérgio Gabrielli. Nesta segunda-feira, o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), vai apresentar um plano de trabalho que deve ser questionado pela base e pela oposição. A maior preocupação do Palácio do Planalto é com os deputados aliados. A avaliação é a de que, ao contrário da CPI formada apenas pelos senadores, na CPI mista, que inclui a Câmara, o controle é menor, dada a insatisfação dos deputados. Eles defendem que as investigações sejam concentradas, destacando o fato de que a comissão, com 180 dias de prazo para funcionar, vai atuar durante o período da Copa do Mundo, das convenções partidárias e da campanha eleitoral. Para o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), a CPI mista deveria, no início, requisitar documentos de investigações e da Justiça e pedir a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico dos suspeitos de envolvimento em irregularidades. “Não adianta chamar para depor agora”, avaliou o peemedebista, que meses atrás liderou uma rebelião da base contra o Planalto. Com o aval da bancada do partido, Cunha afirmou que vai propor, na reunião que decidirá o roteiro de trabalho da CPMI, que a apuração sobre compra da refinaria de Pasadena poderia começar pela requisição de todos os documentos que estão nos órgãos de fiscalização e os processos de arbitragem e judiciais que correram foram do País. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), ex-integrante da CPI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão, em 2005, disse ser favorável a analisar documentos ao mesmo tempo em que são convocadas autoridades e envolvidos para depor. “Tem coisa errada na Petrobras, o que falta é materializar”, afirmou. Na avaliação do petebista, o melhor período da estatal para se achar “alguma coisa” é durante a presidência de Gabrielli, de 2005 a 2012.

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