sábado, 10 de maio de 2014

DISTRIBUIDORAS DE ENERGIA QUEREM MAIS R$ 7,9 BILHÕES

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) vai pedir ao governo mais R$ 7,9 bilhões para que as empresas do setor consigam honrar seus compromissos entre maio e dezembro de 2014. Isso porque o empréstimo bancário de R$ 11,2 bilhões anunciado em março pelo governo não durou até o fim do mês passado. Cerca de R$ 8,7 bilhões foram gastos apenas para cobrir o rombo da companhias de fevereiro e março. Os R$ 2,5 bilhões restantes não serão suficientes para pagar pelo buraco de abril, que será liquidado em junho. Os cálculos originais dos empresários do segmento apontavam um buraco de R$ 7,2 bilhões na contabilidade da distribuição eletricidade para os próximos oito meses. Mas, no começo da tarde de sexta-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) corrigiu os valores da parcela para cobrir o rombo de março, que passou de R$ 3,3 bilhões para R$ 4 bilhões. Somados com os R$ 4,7 bilhões usados para pagar fevereiro, o desembolso passou de R$ 8 bilhões para R$ 8,7 bilhões para os dois meses. Com isso, os R$ 3,2 bilhões de crédito que sobrariam para pagar a conta de abril viraram R$ 2,5 bilhões, insuficientes para pagar a fatura. "Nós acreditamos que os R$ 3,2 bilhões dariam para pagar apenas a liquidação de abril, que ocorrerá em junho. A própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já tem conhecimento disso", disse o presidente da Abradee, Nelson Leite. Para a associação, o empréstimo não cobre R$ 700 milhões do rombo do mês passado. Os recursos são usados para cobrir a necessidade das empresas de distribuição de luz comprarem eletricidade no mercado à vista, já que não conseguiram contratos de longo prazo suficientes para suas demandas no leilão realizado no fim do ano passado. Além disso, o dinheiro ajuda a pagar o alto custo da energia térmica durante a estiagem que derrubou os níveis dos reservatórios. Com o leilão emergencial no último dia de abril, essa exposição das distribuidoras ao preço elevado cobrado no mercado de curto prazo caiu significativamente, mas, nos cálculos da Abradee, essa necessidade de recorrer ao suprimento à vista custará mais R$ 1 bilhão até o fim do ano.

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