sexta-feira, 9 de maio de 2014

FIFA FAZ CAMPANHA CONTRA O TURISMO NO BRASIL DURANTE A COPA DO MUNDO

A Fifa acha que os problemas do país-sede da Copa do Mundo de 2014 não deverão atrapalhar a realização das partidas e não serão capazes de inviabilizar o trabalho de dirigentes, jornalistas e parceiros comerciais da entidade. Mas, a mesma Fifa acha que os turistas estrangeiros correm o risco de encarar situações complicadas caso não estejam cientes das deficiências do Brasil. E fez um alerta aos torcedores de outros países nesta sexta-feira por meio de Jérôme Valcke, o secretário-geral da entidade. Ou seja, a Fifa está detonando a vontade de turistas de virem ao Brasil na Copa do Mundo. "Não apareçam no Brasil pensando que é a Alemanha, que é fácil viajar pelo país. Na Alemanha, você poderia dormir no carro. No Brasil, não pode", disse ele, comparando a sede de 2014 com o país que realizou uma Copa exemplar em 2006. "O maior desafio será para eles, os torcedores. Não será para a imprensa, não será para os times e nem para os dirigentes. Será para os torcedores", disse Valcke. O dirigente francês listou como problemas para os estrangeiros a grande distância entre as sedes e a infraestrutura deficiente. Os preços altos, a insegurança e a falta de opções de transporte serão outros obstáculos no caminho dos visitantes. "Sei que é difícil eu falar sobre essas coisas sem criar uma série de problemas", disse Valcke, que reclamou de aparecer como "vilão" para os brasileiros em função das repetidas críticas ao País: "Mas minha mensagem aos torcedores é a seguinte, tenham certeza de organizar tudo antes de viajar ao Brasil". Conforme o pedante francês Valcke, improvisos possíveis em países como a Alemanha, tanto na hospedagem como nos deslocamentos, não vão funcionar no Brasil. "Não há como dormir na praia, porque é inverno. Garanta sua acomodação. Não há como chegar com uma mochila e começar a andar pelo País. Não existem trens, não se pode dirigir de uma sede à outra", afirmou o cartola. Como reclamou das longas distâncias entre as sedes, Valcke quis garantir também que esse problema não fosse atribuído à Fifa, como organizadora do evento. Segundo o francês, essa dificuldade decorre dos pedidos dos próprios brasileiros. Foram o governo brasileiro, o ex-presidente alcaguete Lula (delatava companheiros para o Dops paulista durante a ditadura militar, conforme Romeu Tuma Jr) e Ricardo Teixeira, então presidente da CBF, que fizeram questão de insistir na realização dos jogos em doze cidades. A Fifa pedia apenas oito sedes: "Você multiplica os riscos ao ter mais estádios. Mas tivemos uma situação em que tínhamos um governo e um presidente, que naquele momento era Lula, que diziam que a Copa deveria ser para todo o Brasil, e não apenas para poucas cidades". O dirigente admite que o "lógico" seria dividir os 32 participantes em grupos regionais, justamente para evitar que tivessem de sair de Manaus e jogar em Porto Alegre, por exemplo: "Isso evitaria que eles tivessem de viajar entre diferentes regiões do País". A Fifa acabou sendo obrigada a abandonar a idéia de dividir o País em quatro áreas justamente por causa da insistência da CBF e do governo – que queriam que a seleção brasileira percorresse o Brasil em seus jogos. "Eles não queriam que o Brasil jogasse apenas em uma parte do país", disse. O problema é que, para o calendário da Copa funcionar, todos então teriam de viajar. Ainda assim, a seleção não passará pelo Sul e, se for até a final, repetirá visitas a Fortaleza e Belo Horizonte. Valcke também admitiu que a Fifa sabia há muito tempo dos problemas da infraestrutura aeroportuária do Brasil, mas a aposta era de que haveria tempo suficiente para que todas as reformas fossem feitas: "Isso era em 2009, e o País teria cinco anos para garantir que as estruturas estivessem instaladas e entregasse o que havia sido acordado".

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