domingo, 4 de maio de 2014

GOVERNO DO PARANÁ ALEGA "RISCO DE ATENTADO" PARA TIRAR EX-DIRETOR DA PETROBRAS DO PRESÍDIO DE PIRAQUARA

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, voltou por volta de 14 horas de sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde a última segunda-feira, porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Paulo Roberto Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos. A secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da estatal não estava "seguro" no convívio com outros presidiários de Piraquara. Por isso, o juiz determinou o retorno para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele ainda poderá ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima. De acordo com o governo paranaense, a penitenciária possui atualmente 940 presos. Maria Tereza sugeriu na quarta-feira que Paulo Roberto Costa fosse transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, o que está sob análise da Justiça. O advogado Fernando Fernandes, que defende Paulo Roberto Costa, solicitou à Justiça que ele fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o pedido foi recusado. Fernandes argumentou que Paulo Roberto Costa corria risco "iminente" de sofrer um atentado e destacou que houve "onze rebeliões nos últimos três meses no local". "Após vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima de instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da presença de Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de ordem pública a permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão", argumentaram os advogados em petição protocolada na Justiça. Em bilhete anexado pelos advogados no processo, Paulo Roberto Costa reclama da cela "muito suja" e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou "frio à noite pois foi entregue apenas uma manta". Também se queixou da comida: "Não tenho condição de comer pois é de muita baixa qualidade". Antes de ser transferido para Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Mas alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça decidiu pela transferência dele para um presídio estadual. Paulo Roberto Costa foi preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução de investigação. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor da Petrobras comandou, com o doleiro Alberto Youssef, um esquema de desvio de verbas da construção da refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla se apropriou de pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da estatal. Duas filhas de Paulo Roberto Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia buscava.

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