terça-feira, 13 de maio de 2014

NOVO RELATÓRIO CULPA PILOTOS PELO DESASTRE DO AIRBUS DA AIR-FRANCE QUE CAIU NO OCEANO ATLÂNTICO

A tragédia do Airbus que fazia o vôo 447 da Air France que ia do Rio de Janeiro a Paris, em junho de 2009, aconteceu devido a "uma reação inapropriada da tripulação diante da perda momentânea das indicações de velocidade", segundo um novo relatório apresentado à Justiça francesa. As simulações e análises "mostram claramente a predominância de fatores humanos nas causas do acidente e nos fatores que contribuíram" para a queda da aeronave, indicaram cinco especialistas responsáveis pelo levantamento. Com isso, os investigadores franceses livram a cara do fabricante aeronáutico francês e isentam de falhas o avião Airbus A330. "Constatamos que o acidente poderia ter sido evitado se a tripulação tivesse tomado algumas ações apropriadas", acrescentaram. A queda do Airbus A330 da Air France no Oceano Atlântico provocou a morte de 228 passageiros e membros da tripulação. O novo relatório foi solicitado pela Airbus, fabricante da aeronave, informou o jornal francês Libération, que teve acesso à análise, assim como a agência de notícias France-Presse. O jornal ressalta o contraste entre a análise mais recente e as anteriores, realizadas pela agência francesa de investigação de acidentes aeronáuticos (BEA) e por peritos. As análises precedentes dividiam a responsabilidade entre pilotos, Airbus, Air France e autoridades aéreas, enquanto o mais recente minimiza as falhas estruturais. Tanto a Air France como a Airbus respondem por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). “A Airbus insiste nas falhas da tripulação do vôo Rio-Paris, enquanto os sindicatos de pilotos, a Air France e as famílias das vítimas enfatizam os vários problemas de funcionamento apontados nos relatórios precedentes”, salienta o Libération. A nova análise coloca o foco sobre a equipe que estava no comando da aeronave, apontando catorze fatores que contribuíram para a tragédia, por ordem de importância, entre eles "a ausência de uma análise estruturada da pane", "a má compreensão da situação" e "a divisão de tarefas na cabine que não foi aplicada de maneira rigorosa". Há também uma referência à companhia aérea, lamentando a "ausência de instruções claras por parte da Air France, apesar de vários casos parecidos de congelamento das sondas Pitot e, portanto, de uma resposta insuficiente". Anteriormente, um relatório atribuiu a responsabilidade do acidente aos pilotos, alegando que eles não haviam identificado a pane das sondas Pitot nem a perda de sustentação da aeronave. A nova análise aponta "para a formação inadequada dos pilotos na aplicação do procedimento" necessário para lidar com o problema técnico e com o comportamento do avião durante a perda da indicação de velocidade. Um dos representantes das famílias das vítimas, Yassine Bouzrou considerou que o novo estudo está "cheio de contradições e de imprecisões".

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