quarta-feira, 4 de junho de 2014

ALCKMIN E KASSAB ESTÃO BEM PERTO DE COMPOR UMA ALIANÇA EM SÃO PAULO

No dia 28 de abril, na estréia do programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, deixou claro que o entendimento com o PSDB de Geraldo Alckmin estava bastante adiantado (clique aqui para ouvir a entrevista). Numa escala de zero a 10, ele afirmou que a possibilidade de vir a ser vice na chapa encabeçada pelo tucano era superior a cinco — portanto, há mais de um mês, já estava mais para “sim” do que para “não. De lá para cá, os entendimentos avançaram bastante. Kassab já tratou dessa hipótese também com o senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e candidato à sucessão de Dilma Rousseff.

É claro que há dificuldades. O PSD foi o primeiro partido — antes mesmo do PT ou do PMDB — a declarar apoio à reeleição de Dilma, e o ex-prefeito não demonstra disposição de mudar de idéia. Mas é bom que se saiba que essa também não é uma unanimidade na sua legenda. À época, Kassab estava determinado a se candidatar ao governo do Estado. Hoje, no entanto, o mais provável é que forme uma chapa com Alckmin. Como conciliar uma disputa contra o PT em São Paulo, alinhado com Dilma na esfera federal? Vamos ver.
Com 45 deputados, Kassab lidera a terceira bancada na Câmara (o PSDB tem 44). Dispõe de um tempo precioso no horário eleitoral. A conversa com o governador já foi muito mais difícil. Hoje, os caminhos estão desobstruídos. Os leitores sabem — os arquivos estão aí — que sempre considerei a sua gestão como prefeito superior à avaliação que dela faziam os paulistanos. O petismo e suas franjas, inclusive na imprensa, contribuíram de forma importante para depreciá-la. Um ano e meio de gestão petista na cidade, com Fernando Haddad no comando, certamente contribuiu para que muitos paulistanos revissem a sua avaliação da administração anterior.
E conta a favor da hipótese Kassab o fator Marina Silva. Até a aliança da líder da Rede com o PSB de Eduardo Campos, tudo caminhava para uma composição entre o PSDB e o partido do ex-governador de Pernambuco, candidato à Presidência. Acontece que a ex-senadora já deixou claro que não aceita se aliar aos tucanos em São Paulo ou em Minas Gerais. Em ambos os Estados, as conversas entre as duas legendas estavam bastante avançadas, mas a coisa desandou. Os “marineiros” queriam um candidato do seu grupo ao Palácio dos Bandeirantes, o que não conseguiram.
Hoje, o PSB sabe que as chances de o partido ter o vice na chapa encabeçada por Alckmin são remotas. Caso a legenda decida ter candidato próprio, o nome mais provável é o do deputado Márcio França. Mas isso ainda não é certo. Os pessebistas, em todo caso, ainda não desistiram da possibilidade de compor com o PSDB. No fim das contas, Marina Silva, até agora, não levou votos para Eduardo Campos, mas já destruiu alguns palanques do PSB.  Por Reinaldo Azevedo

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