terça-feira, 24 de junho de 2014

BOULOS SITIA A CÂMARA E É RECEBIDO POR ALCKMIN. ESTÁ TUDO ERRADO!

Sitiada pelos fanáticos do sr. Guilherme Boulos, líder do MTST, a Câmara dos Vereadores não conseguiu votar o Plano Diretor da cidade por falta de quórum. Os ditos “militantes” estão acampados em frente ao prédio e dizem que lá permanecerão até que suas reivindicações sejam aceitas. Vocês querem saber o que significa, na prática, o famigerado decreto 8.243, da presidente Dilma Rousseff? É isso aí. O MTST quer que suas invasões sejam legalizadas no novo Plano Diretor e que sejam criadas facilidades para outras ocupações. Ainda que possa haver rusgas aqui e ali, o sr. Boulos é só uma das franjas mais ativas do petismo. O movimento alega que havia nove mil militantes por lá. A estimativa da Polícia Militar é que havia mil pessoas reunidas. A cidade de São Paulo tem 8,5 milhões de eleitores. É assim que uma minoria tiraniza uma maioria.

Entrei aqui num debate com o Ministério Público dia desses. A associação de promotores chegou a emitir uma nota bucéfala contra mim, respondendo àquilo que não escrevi. O MP ameaçava, ou ameaça ainda, recorrer contra o que chamou de “emendas de última hora” porque, diz, têm de ser submetidas à consulta popular. É mesmo? Quem é o povo? Os comandados do sr. Boulos? O povo, agora, tem chefe?
O líder do MTST, consta, está reunido com o governador Geraldo Alckmin. Alguns leitores cobram a minha opinião a respeito. É a mesma que expressei quando a presidente Dilma se encontrou com ele. Acho um absurdo e um despropósito. Pode dialogar? Pode! Mas não enquanto ele mantém cercada a Câmara de Vereadores e tenta tirar dos parlamentares eleitos o direito legítimo de votar segundo a sua própria consciência e, sim, as bases que representam. Daqui a pouco, Boulos vai se transformar no Quarto Poder da República. Fico sabendo que sua pauta de reivindicações inclui até procedimentos que deveriam ser adotados pela PM. Tenham a santa paciência!
É assim que se vão criando esses monstros da desordem, que não representam ninguém. A farra começou com o Palácio do Planalto, não é mesmo? Recebeu arruaceiros do Movimento Passe Livre em meio a desordem, como se representassem alguém, além da própria estupidez e do seu sectarismo doidivanas. Gilberto Carvalho tentou estatizar até os “rolezeiros”, lembram-se? Ontem, ficamos sabendo que o homem, ora vejam!, dialogou com os black blocs. Agora, Alckmin conversa com Boulos.
Reitero: não há mal nenhum na conversa, desde que esse senhor retire a sua tropa da Câmara e permita o pleno funcionamento do Poder Legislativo. Ele não representa a população de São Paulo. Caso se candidate a vereador, terá quantos votos? É evidente que estamos diante de uma das consequências da campanha eleitoral do sr. Fernando Haddad em 2012 e de sua eleição. Essa gente constituiu uma das linhas de frente de sua campanha e, agora, cobra um preço.
Daqui a pouco, sabem qual será o grande negócio para as construtoras em São Paulo? Comprar terrenos na periferia e esperar que o MTST os invada para que o Poder Público se veja obrigado a desapropriá-los ou para que possam ser vendidos ao MTST em regime de urgência — onde serão erguidas casas com dinheiro público. Guilherme Boulos logo será o maior incorporador do país, com a ajuda das três esferas do Estado Brasileiro. Por Reinaldo Azevedo

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