sexta-feira, 6 de junho de 2014

PSB FECHA COM GERALDO ALCKMIN; DE ZERO A DEZ, CHANCE DE KASSAB SER VICE NA CHAPA TUCANA É IGUAL A 9

O PSB recuou do recuo e decidiu apoiar a candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição. Era esse o entendimento inicial, antes de os “marineiros” — os fiéis da seita Marina Silva — desembarcarem no partido, estourando palanques, inviabilizando alianças e introduzindo anacolutos salvacionistas no até então bastante pragmático partido de Eduardo Campos. O PSB chegou a anunciar candidatura própria, para insatisfação do partido em São Paulo, que já teve uma secretaria no governo — a de Turismo, com Márcio Franca, presidente da legenda no Estado. Os “marineiros” reivindicavam a candidatura para o seu grupo. Isso, eles não levaram. Se houvesse nome próprio, seria o do próprio França. Mas não haverá, não.

O diretório do partido em São Paulo se reuniu nesta sexta-feira e decidiu que vai mesmo fechar uma aliança com os tucanos. Dos 156 membros, 132 estavam presentes e votaram unanimemente pela união. Vejam como são as coisas: o PSB tinha quase garantido o lugar de vice na chapa.  Hoje, Gilberto Kassab, do PSD, está na frente. E muito!
Caso se consolide o apoio dos dois partidos ao governador, Alckmin terá em sua base legendas que compõem alianças de três presidenciáveis: ele próprio, membro do PSDB, está, obviamente, comprometido com a candidatura de Aécio. Kassab, se não houver uma reviravolta, vai apoiar Dilma Rousseff, e o PSB, é evidente, fecha com Eduardo Campos.
O que pesou?
Vários fatores pesaram na decisão do PSB. Pesquisas de que dispõe o partido indicam uma folgada vantagem de Alckmin se a disputa fosse hoje, e isso significa perspectiva de participar do governo do mais importante e do mais rico Estado da federação. A tendência majoritária já era essa, mas a unanimidade conseguida nesta sexta-feira certamente guarda relação com os números do Datafolha: o “independentismo” que a turma de Marina Silva levou para o PSB contribuiu, certamente, com a despencada de Eduardo Campos na pesquisa: em um mês, ele perdeu 36% das intenções de voto. A estratégia que os sedizentes “marineiros” estão forçando é  suicida e só interessa a Marina Silva. No ritmo em que a coisa caminhava, ela sairia, ao fim de tudo, com um partido, e o PSB restaria destroçado.
Os argumentos
O engraçado é que tanto os defensores da aliança com Alckmin como os defensores da candidatura própria tinham na candidatura de Campos à Presidência o seu cavalo de batalha. Os dois grupos sustentavam que o ex-governador de Pernambuco disputa com o tucano Aécio Neves um lugar no segundo turno. Para os marineiros, isso implicava ter candidatura própria para ganhar identidade no principal colégio eleitoral do País. Para o PSB pré-Marina, isso implica se aliar a Alckmin para tornar mais moderado seu apoio ao senador mineiro. Nem um argumento nem outro são sinceros. A turma de Marina Silva só queria usar a eleição para se fortalecer em São Paulo e está pouco se lixando para a eleição de Campos. Os pessebistas querem, sim, que seu candidato vença, mas sabem que a hipótese é remota e estão pensando mesmo é em participar do governo. Até porque, convenham, as coisas não andam bem para o candidato do PSB. Hoje, o Pastor Everaldo, do PSC, está mais próximo de Eduardo Campos do que Eduardo Campos de Aécio Neves.
O PSB vai ter a vaga de vice?
Acho que não! Uma pessoa que acompanha de perto a negociação com o PSDB e o PSD considera que, numa escala de zero a 10, a chance de Kassab ser o vice de Alckmin, hoje, está em 9. O PSB poderá pleitear a vaga da coligação para disputar o Senado, mas isso vai depender da decisão do tucano José Serra. Caso ele opte por esse caminho, a vaga será sua. Por Reinaldo Azevedo

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