sábado, 7 de junho de 2014

TRT GAÚCHO VAI DECIDIR NESTA SEGUNDA-FEIRA SE GREVE DOS MOTORISTAS E COBRADORES DE ÔNIBUS FOI LEGAL

A greve de 15 dias dos motoristas e cobradores de ônibus, que paralisou Porto Alegre durante 15 dias em fevereiro deste ano, ainda repercute nos tribunais. Sem acordo sobre a forma de compensação dos dias parados, trabalhadores e patrões acompanharão a questão ser resolvida no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região nesta segunda-feira. Os trabalhadores haviam remetido na quinta-feira cinco propostas ao Sindicato da Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa), apresentadas pelo Sindicato dos Rodoviários, pelos magistrados da Seção de Dissídios Coletivos do TRT4 e pelo Ministério Público do Trabalho, após reunião com a patronal. Mas não foram aceitas pelo Seopa. As propostas envolviam a possibilidade de descontos e compensação dos dias parados. Seriam descontos de alguns dias e compensação de outros, ou desconto de parte do período durante as férias dos trabalhadores, segundo o TRT4. A negociação em torno dessas propostas ocorreria nesta sexta-feira, no entanto, com a recusa do Seopa, o encontro não foi realizado. Um dos principais representantes dos grevistas, Alceu Weber, teme o que possa ocorrer caso o resultado do julgamento desta segunda-feira seja a manutenção do caráter de ilegalidade da paralisação: "Áudios e vídeos comprovam quem queria a greve e levou a categoria à ilegalidade. O que as empresas de ônibus querem é seguir punindo o trabalhador com esses descontos. Eles não se dão conta de que o Brasil está em um outro patamar de consciência". Weber não descarta que ocorram manifestações por parte dos trabalhadores. Quem anda de ônibus em Porto Alegre sabe que motoristas e cobradores estão novamente prontos para outra greve. Eles têm mantido uma atitude agressiva em relação aos passageiros em todas as viagens dos ônibus, como se estivessem dando avisos. Já os donos das empresas de ônibus, descontentes com o processo licitatório em andamento na prefeitura, a partir de decisão judicial, querem que o clima de desordem se instale, para que fiquem no mesmo lugar em que sempre estiverem, com contratos bilionários obtidos sem licitação, sem qualquer concorrência. Resumindo: todos os moradores de Porto Alegre estão nas mãos de um cartel formado por meia dúzia de empresas de ônibus.

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