quarta-feira, 11 de junho de 2014

VICE PRESIDENTE ARGENTINO É OUVIDO POR OITO HORAS NA JUSTIÇA

O vice-presidente argentino Amado Boudou  disse ser inocente em depoimento prestado na segunda-feira. Ele alegou inocência perante o juiz Ariel Lijo. Boudou nega ter comprado em 2011 a gráfica Ciccone usando como testa de ferro o empresário Alejandro Vanderbroele. Boudou também negou que tivesse intercedido a favor da Ciccone, na época com pesadas dívidas com a Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), a receita federal argentina. Segundo o vice, foi o diretor do Fisco, Ricardo Etchegaray, quem fez o pedido de ajuda para a gráfica a ele, que na época era o ministro da Economia da presidente Cristina Kirchner. Após o depoimento, analistas argentinos acreditam na hipótese de "fogo amigo" entre integrantes do kirchnerismo. Boudou também fez acusações contra o empresário Raúl Monetta, ex-banqueiro e atual dono de meios de comunicação favoráveis à presidente Cristina Kirchner. Monetta é um dos suspeitos de estar por trás dos fundos que permitiram o ressurgimento da então decadente gráfica Ciccone. A gráfica Ciccone foi terceirizada em 2011 pelo governo da presidente Cristina Kirchner para imprimir notas de 100 pesos. Além disso recebeu a encomenda de imprimir material eleitoral da chapa presidencial Cristina Kirchner-Amado Boudou. A Justiça também suspeita desta terceirização, já que Boudou, na ocasião, suspendeu os planos de modernização das máquinas da Casa da Moeda, fato que levou à necessidade de encomendar a impressão de notas de 100 pesos no Exterior (neste caso, à Casa da Moeda do Brasil) e dentro da Argentina (encomenda feita à Ciccone). A gráfica, comprada por Alejandro Vanderbroele, o suposto testa de ferro de Boudou, posteriormente foi rebatizada com o nome de Companhia Sul-americana de Valores. Em 2012 foi estatizada pelo governo Kirchner.

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