segunda-feira, 21 de julho de 2014

AMIGO QUE AJUDOU TSARNAEV A ESCONDER PROVAS É CONDENADO NOS ESTADOS UNIDOS

Azamat Tazhayakov, amigo de um dos autores do atentado à maratona de Boston, foi considerado culpado por conspiração e obstrução por um júri de 12 pessoas nesta segunda-feira. A promotoria federal dos Estados Unidos havia acusado o estudante cazaque radicado nos Estados Unidos de retirar provas armazenadas no quarto do checheno Dzhokhar Tsarnaev, seu colega de faculdade, mesmo sabendo que ele estava por trás do ataque. Tazhayakov, de 20 anos, começou a ser julgado em 8 de julho. Foi o primeiro processo relacionado ao atentado, que ocorreu em abril de 2013 e deixou três mortos e centenas de feridos. A pena deve ser anunciada em 16 de outubro, segundo o jornal The Boston Globe. Tazhayakov pode pegar até 25 anos de prisão pelos dois crimes. Além de Tazhayakov, outros dois amigos de Dzhokhar Tsarnaev, o também cazaque Dias Kadyrbayev e Robel Phillipos, foram denunciados à Justiça. O julgamento deles só deve começar em setembro. Ao longo do julgamento, a promotoria recontou a história de como três dias depois da explosão Tazhayakov e Kadyrbayev retiraram do dormitório do terrorista na Universidade de Massachusetts-Dartmouth um computador e uma mochila com restos de explosivos, a pedido de Dzhokhar. Dzhokhar chegou a enviar uma primeira mensagem uma hora e meia depois da explosão, dizendo que não estava por trás do ataque. Mas, segundo a promotoria, trocas de mensagens entre Tazhayakov e Kadyrbayev provam que os dois sabiam que o colega havia cometido o atentado. A assistente da promotoria Stephanie Siegmann afirmou que Dzhokhar havia contado para Tazhayakov e Kadyrbayev em um jantar em março de 2013 que sabia como fabricar uma bomba e que seria bom morrer como um mártir. O material descartado pela dupla foi achado pelo FBI no lixo. Tazhayakov afirmou em depoimento que não tinha certeza de que Dzhokhar e seu irmão, Tamerlan Tsarnaev, estavam por trás do ataque. Provar que os dois amigos sabiam da ligação dos irmãos com o atentado foi um dos objetivos da promotoria durante o julgamento. A defesa de Tazhayakov usou como estratégia culpar Kadyrbayev, afirmando que foi ele quem liderou a incursão ao dormitório e que o objetivo era pegar drogas guardadas por Dzhokhar. O terceiro acusado no caso, Phillipos, foi denunciado por ter mentido, negando que acompanhou a dupla de cazaques enquanto eles se livraram dos itens. Coautor do atentado, Dzhokhar, hoje com 20 anos, enfrenta dezenas de acusações e pode pegar pena de morte. Seu irmão mais velho, Tamerlan, morreu em uma troca de tiros com a polícia dias depois do ataque.

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