segunda-feira, 14 de julho de 2014

BANCO DO BRICS CRIARÁ BASE DE SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA PARA O BLOCO, DIZ O EMPRESÁRIO JORGE GERDAU JOHANNPETER, AQUELE QUE APROVOU A COMPRA A REFINARIA DE PASADENA PELA PETROBRAS

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter disse nesta segunda-feira que considera “interessante” a proposta de criação de um banco de desenvolvimento do Brics, bem como as discussões sobre a evolução do bloco, porque, possivelmente, se criará uma base de sustentação financeira para projetos conjuntos dos cinco países formam o grupo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Para Gerdau, cada país tem características próprias e a possibilidade de aproximação cria oportunidade. Mais de 700 empresários dos cinco países estão em Fortaleza para debater temas ligados ao comércio e aos investimentos entre os membros do grupo. Eles também terão encontros com os ministros de Finanças e de Comércio e presidentes de bancos centrais e de desenvolvimento de seus países. Sobre a possibilidade de o banco do Brics vir a se contrapor ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial nas questões de interesse do bloco, Gerdau evitou polemizar sobre o assunto, mas destacou que, no sistema financeiro, a soma de capitais consegue conjugar recursos. “É importante para projetos maiores, inclusive de infraestrutura, ter retaguarda financeira. Quanto maiores as possibilidades e as perspectivas financeiras, maior a flexibilidade de solucionar projetos”, destacou o empresário brasileiro, responsável pela aprovação da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras, em um dos mais desastrosos negócios. Perguntado por jornalistas se o fortalecimento do Brics não era uma forma de enfrentar o excesso de poder dos Estados Unidos, inclusive no FMI, Gerdau pôs panos quentes e disse acreditar que, no caso do Brasil, quanto maior a diversidade de relações, melhor para o país. “Alguns países do Brics vêem nisso uma forma de se contrapor aos Estados Unidos, mas eu diria que, para o Brasil, com sua diversidade, quanto mais portas abertas, melhor.” Segundo o empresário, para um país com as dimensões do Brasil, é importante ter uma política e uma mentalidade de abertura ampla: “Quanto mais oportunidades se criam, justamente para os países do Brics, que potencialmente são países com condições e espaço de crescimento, essa relação é extremamente importante". Para Gerdau, um possível problema político para o Brics é o risco de perder relevância, já que outros blocos têm surgido com mais rapidez, como o Mist (México, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia). O empresário diz que são iniciativas relevantes e ressalta que esse  é um bom motivo para que os membros do Brics se reúnam e identifiquem suas limitações e problemas, a fim de enfrentá-los e combatê-los. “Existem muitas coisas semelhantes nesse mercado global. Debater porque os nossos países têm  dificuldades maiores, ou não, são assuntos interessantes para serem discutidos”, acrescentou.

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