segunda-feira, 21 de julho de 2014

DEFESA DE ADVOGADA QUE DEFENDE BLACK BLOCS AMITE DIFICULDADE NA CONCESSÃO DE ASILO

Os advogados Rodrigo Mondego e Rogério Borba, que auxiliam Eloisa Samy, de 45 anos, no pedido de asilo político ao Uruguai, admitem que a solicitação dificilmente será atendida. Nesta segunda-feira, eles visitaram Eloisa, acusada de ter ligação com black blocs, no prédio do Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro. "É difícil sair o asilo porque o Uruguai teria de reconhecer que foi quebrada a ordem democrática no Brasil. Entendo a dificuldade. Mas o Rio de Janeiro está sofrendo uma crise institucional no que tange às liberdades democráticas", afirmou Mondego. Mondego e Borba levaram alimentos e bebidas para que Eloisa passe a noite no interior do consulado. Ela está acompanhada do black bloc David Paixão, de 18 anos, e da namorada do rapaz, menor de idade. Paixão e a adolescente também foram detidos durante a Operação Firewall da Polícia Civil, que efetuou a prisão de quadrilhas acusadas de planejar depredações. Eloisa é apontada pela polícia como responsável por incentivar e oferecer apoio a black blocs. Eloisa teve a prisão preventiva decretada com outras 22 pessoas pela 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, mas apenas cinco deles estão presos até o momento. Enquanto aguarda o pedido de asilo ser apreciado, Eloisa também tenta na Justiça o direito de responder ao processo em liberdade. "Eloisa nega todas as acusações. Diz que nenhuma reunião política ocorreu na casa dela", afirmou Mondego. A Polícia Militar e a Polícia Civil chegaram a procurar por ela no local, mas foram orientados a deixar o consulado. Com prisão preventiva decretada, a advogada é considerada foragida. Eloisa costuma defender manifestantes presos em protestos no Rio de Janeiro. Na denúncia encaminhada à Justiça, o promotor Luís Otávio Lopes diz que ela se aproximou dos outros ativistas como advogada, mas que depois teria participado dos atos violentos, "inclusive passando instruções aos ocasionais participantes, tendo sido vista ordenando o início de atos de violência". Ela também é acusada de prestar "apoio logístico" ao grupo, "inclusive cedendo sua residência para reuniões". "Eles aguardarão no consulado pelo salvo-conduto para ir para o Uruguai", afirmou Mondego. Segundo ele, o Uruguai foi escolhido pelo "histórico de ser um país libertário e pelo presidente (José Mujica) ter sido preso político por mais de uma década".

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