terça-feira, 29 de julho de 2014

DEPOIS DA EUROPA, ESTADOS UNIDOS ANUNCIAM MAIS SANÇÕES CONTRA A RÚSSIA

A União Européia superou meses de desentendimentos e liberou finalmente nesta terça-feira novas sanções econômicas contra a Rússia. Horas depois, o governo americano seguiu a ação européia e também anunciou novas medidas destinadas a punir o Kremlin por seu apoio a terroristas separatistas no leste da Ucrânia. A nova onda punitiva ocorre depois da derrubada de um Boeing 777 da Malaysia Airlines por um míssil na região de Donetsk, lançado por terroristas separatistas que têm o apoio da Russia. A tragédia deixou quase 300 vítimas. Os Estados Unidos anunciaram medidas contra “setores chave da economia russa”, incluindo os de energia, armas e financeiro. Bancos serão atingidos, assim como uma grande companhia de defesa. Além disso, o governo americano bloqueou vendas de produtos de tecnologia para a lucrativa indústria de petróleo da Rússia, em um esforço para minar a capacidade do país de desenvolver recursos nesta área, informou o jornal The New York Times. Ao anunciar as novas sanções, Obama afirmou que a Rússia “está mais uma vez se isolando da comunidade internacional e recuando em décadas de progresso genuíno”. Ele ressaltou que o governo Putin foi além do apoio aos separatistas e agora está participando diretamente no conflito, disparando artilharia através da fronteira, transportando mais equipamento para os rebeldes e usando suas próprias tropas. O presidente americano reforçou que seu governo tem provas de que a Rússia está armando os separatistas e que lançou ataques pela fronteira. Ao ser questionado se os Estados Unidos estão considerando uma ajuda militar à Ucrânia, sugeriu que não, ao afirmar que o Exército ucraniano “está mais bem armado que os separatistas”: “A questão é como evitar derramamento de sangue no leste da Ucrânia. Estamos tentando evitar isso. E a principal ferramenta que temos para influenciar o comportamento da Rússia neste momento é o impacto na sua economia”. Obama salientou ainda que as medidas anunciadas terão um impacto maior por estarem combinadas com as sanções européias. As ações foram cuidadosamente orquestradas para demonstrar solidariedade diante do que tanto americanos como europeus consideram uma escalada na participação russa na insurgência no leste ucraniano. Até agora, os líderes europeus resistiam a ampliar as sanções e a decisão de fazê-lo reflete a preocupação com o fato de que a Rússia não está apenas ajudando os rebeldes, mas envolvendo-se diretamente no confronto. As medidas adotadas pela Europa foram as mais duras desde a Guerra Fria, com potencial para causar sérios prejuízos econômicos ao país, que depende muito do mercado europeu para a venda de petróleo e gás, e também como fonte de financiamento e fornecedor de componentes para sua área militar. Todos os três setores serão atingidos pelas sanções anunciadas nesta terça-feira. Ao Washington Post, Sophia Pugsley, especialista em relações União Europeia – Rússia no European Council on Foreign Relations, afirmou que a queda da aeronave “mudou tudo”. Mudou também a postura da Alemanha, de forma decisiva: “Eles são os que vão sentir a dor nas áreas em que dependem da Rússia”. A Rússia fornece um terço do gás consumido pela Alemanha, enquanto a Grã-Bretanha depende muito do dinheiro russo para alimentar seu setor financeiro e a França vende navios de guerra para o governo russo. As sanções dos Estados Unidos incluem três grandes bancos estatais – Banco de Moscou, VTB e Russian Agricultural Bank – e um grupo da área de defesa, United Shipbuilding Corporation. Os Estados Unidos também está barrando exportações de tecnologias em várias áreas do setor de energia, incluindo gás de xisto e exploração de petróleo em alto-mar.

Nenhum comentário: