quinta-feira, 10 de julho de 2014

DEPOIS DE TENTAR PEGAR CARONA NA SELEÇÃO, AGORA A PETISTA DILMA BUSCA SE DESCOLAR DO DESASTRE DOS 7 A 1

Na segunda-feira, a presidente Dilma estava batendo papinho no Facebook — desocupação é a morada do capeta — para atacar os “urubus do pessimismo”, tentando pegar carona até na contusão de Neymar. Mandou um “É TOIS” e ainda posou fazendo um “T” com os braços, logo transformado por um gaiato nas redes sociais num “7”, referência ao número de gols da Alemanha. Reportagem da Folha desta quinta-feira informa que a Soberana, que havia decidido faturar com a Copa, agora busca um modo de se descolar do evento — sempre elogiando, claro!, a garra dos brasileiros.

Nota à margem: a exemplo do que fez reportagem do Estadão, também a da Folha incorre num erro, a saber: “O fracasso aventado pela oposição na logística da Copa não aconteceu”. Pergunta: quando foi que “a oposição” aventou “o fracasso logístico” da Copa? Quem da oposição? Que político? Que partido? Que nome? Apontar problemas não é antever fracasso ou caos. Nesse particular, mais a imprensa tem do que se penitenciar do que a oposição, não é mesmo? Ou nem tem. Ao apontar problemas, que houve às pencas, o jornalismo cumpre a sua função. E a oposição também. Jogar nas costas dos adversários do PT a antevisão do insucesso da Copa é só endossar uma pauta petista, voluntária ou involuntariamente. Não haveria nada de errado nisso se fato fosse. Mas não é. A menos que surjam as evidências. Sigamos.
Dilma concedeu uma entrevista à rede norte-americana CNN e disse coisas como: “Sei que somos um país que tem uma característica bastante peculiar: nós crescemos na adversidade”. Isso é peculiar, é? Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e Alemanha, para citar alguns países, sucumbiram às suas respectivas adversidades? De resto, estamos de volta à cascata de sempre. NÃO ACONTECEU TRAGÉDIA NENHUMA COM O PAÍS. Aconteceu foi um vexame, um desastre, mas com a Seleção Brasileira, que não é o Brasil. Ela é, sim, uma das expressões da nacionalidade. E só! A esmagadora maioria de nós se sente representada por ela, MAS É UMA REPRESENTAÇÃO QUE SE DÁ APENAS NO CAMPO DE FUTEBOL.
Quem tenta transformar o esporte em manifestação política é gente como Dilma Rousseff e Lula. Vejam que curioso: o Brasil venceu uma Copa em 1994. O presidente era Itamar Franco. Quem ganhou a eleição, como é sabido, foi o Plano Real, representado por Fernando Henrique Cardoso. Pesquisei. Não há textos tratando do binômio Copa-eleição. A nossa Seleção voltou a vencer em 2002. O presidente era Fernando Henrique Cardoso. Quem venceu a disputa eleitoral pouco mais de três meses depois foi Lula. Pesquisei de novo. Ninguém relevante se ocupou de especular se o “penta” ajudava o governo ou a oposição.
E é fácil de saber o motivo. Itamar ficou longe da bola. Fernando Henrique Cardoso fez o mesmo. E olhem que este pode se dizer ainda hoje pé quente, não? Era o homem do Real em 1994 e o presidente em 2002. O PT estaria mais para seca-pimenteira se fosse o caso de ligar a política à pelota. Por que isso agora é um assunto? Também essa questão tem resposta fácil: porque o PT politizou o torneio desde que o Brasil foi declarado a sede do evento de 2014. As ruas, nunca a oposição, lançaram o “Não vai ter Copa” — movimentos, aliás, que eram interlocutores de Gilberto Carvalho.
Estava, sim, em curso uma onda “ninguém segura este país” e “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Essa gente não cria “black list” de jornalistas à toa. Isso não quer dizer que o povo cairia na conversa. Quer dizer apenas que a tentativa de manipulação estava em curso. Agora Dilma busca pular fora, sob o risco de entregar a taça a Lionel Messi, em pleno Maracanã. Por Reinaldo Azevedo

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