domingo, 27 de julho de 2014

IBAMA TRAVA O PROJETO DE PORTO PRIVADO MAIS CARO DO BRASIL

O mais ambicioso projeto portuário do País travou no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O Porto Central de Presidente Kennedy (ES), que prevê investimentos de R$ 5 bilhões no litoral capixaba, aguardava um sinal verde do instituto para a emissão da licença prévia ambiental, mas teve seus estudos reprovados pela equipe de técnicos do Ibama. Na prática, o relatório entregue pelos investidores terá de ser quase todo refeito, por cometer dezenas de falhas e apresentar itens classificados como superficiais. Ao todo, mais de 40 pedidos de revisão e detalhamento de informações foram feitos pela equipe técnica na conclusão do parecer. O revés ambiental atrasa ainda mais os planos de um grupo de empresários de logística do Espírito Santo, que conseguiu atrair para o negócio uma sociedade inédita com o Porto de Roterdã, companhia que pertence ao governo holandês e que é reconhecida como uma das principais operadoras portuárias do mundo. Na avaliação do Ibama, itens básicos do relatório precisam de esclarecimentos, como a “titularidade da área do empreendimento e as possíveis desapropriações necessárias para sua implantação”, ou seja, falta dizer exatamente que área será usada para as instalações e quem são os donos da terra. A lista de pedidos também inclui a necessidade de detalhar qual o alcance da infraestrutura do porto, suas rotas de acesso e operação. “O estudo também conclui pelo "custo-benefício amplamente favorável" do projeto. No entanto, esta equipe técnica entende que tal afirmação não pode ser realizada, uma vez que não foi elaborado estudo específico sobre o custo-benefício do empreendimento”, afirmam os analistas. A equipe ambiental conclui que o material, “tal como apresentado, impede uma análise adequada do estudo, bem como a manifestação quanto à viabilidade ambiental do empreendimento Porto Central”. Isso é uma gigantesca vergonha para a engenharia brasileira e os tais escritórios de consultoria ambiental. O plano dos investidores capixabas é que a estatal holandesa Porto de Roterdã entre no negócio com uma fatia de 30% do empreendimento. Os outros 70% ficarão com a TPK Logística, empresa do Espírito Santo controlada pelo grupo Polimix, que atua no mercado de concreto.

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