segunda-feira, 21 de julho de 2014

JÁ SÃO 27 OS SOLDADOS DE ISRAEL MORTOS, UM RECORDE DESDE 2006, MAS DELINQUÊNCIA DO HAMAS UNE SOCIEDADE ISRAELENSE

Publiquei na manhã desta segunda-feira um texto informando que Israel já havia perdido o maior número de homens numa ação desde a Guerra do Líbano, em 2006. Mais sete soldados morreram nesta segunda-feira. Na verdade, agora já são 27 os militares mortos, e há 53 feridos. Isso dá conta de que a incursão em Gaza não é uma tarefa fácil. Se o Hamas tinha cada vez menos apoio da população de Gaza, e tinha, a verdade é que, militarmente, ele se fortaleceu. Está hoje mais treinado e tem equipamentos de guerra de ponta. Cresce a pressão por um cessar-fogo. A questão é sob quais condições. 

Segundo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a incursão terrestre a Gaza continuará até que cumpra seu objetivo. Apesar das mortes, que ele lamentou, afirmou que a ação é bem-sucedida: 45 túneis do Hamas foram destruídos, 2.700 alvos militares foram atacados, e 160 terroristas do Hamas foram mortos. A baixa recorde de soldados de Israel deixa claro o tamanho da dificuldade da ação. Não é plausível supor que o país pretenda reocupar a região ou mesmo depor o Hamas. O custo — financeiro, militar e humano — de uma ação como essa é incalculável. Parece que o objetivo é mesmo causar o máximo de prejuízo à milícia terrorista para lhe diminuir o poder de fogo.
À diferença do que supõem alguns inimigos de Israel mundo afora, a população do país é bastante dividida sobre ações oficiais. Em 2006, por exemplo, eram muitas as vozes que se levantavam contra a Guerra do Líbano. Na incursão à Gaza, em 2008, também houve críticas muito duras. Desde vez, no entanto, há uma quase unanimidade. O Hamas, com a sua delinquência crescente, acabou unindo a sociedade israelense. 
Nesta segunda-feira, a milícia terrorista chegou a falar em cessar-fogo, mas, para tanto, diz exigir o fim do bloqueio à Gaza. É a tática de sempre para não negociar, não é? Essa já era a sua principal condição para suspender os ataques, no estágio anterior do conflito. O bloqueio era o pretexto para manter a chuva de mísseis contra Israel. Agora que veio a reação, eles põem na mesa a mesma condição? Não faz sentido!
Essa é a lógica perturbada do terror. É a lógica de quem nunca quis a paz. Por quê? Mesmo com o bloqueio, que permite a Israel ter controle sobre tudo o que entra em Gaza e dali sai, o Hamas aumenta progressivamente seu armamento. Imaginem se elas estiverem livres. É muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicado: se o Hamas não suspender as ações terroristas, não há por que suspender o bloqueio. Por Reinaldo Azevedo

Um comentário:

Marcia Dreizik disse...

Excelente análise da situação!