terça-feira, 1 de julho de 2014

PETISTA CANDIDO VACAREZZA NEGA ENVOLVIMENTO COM ANDRÉ VARGAS E SEU PARCEIRO DOLEIRO ALBERTO YOUSSEF PARA BENEFICIAR LABORATÓRIO FANTASMA

O deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP) disse nesta terça-feira, em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que conhece o deputado federal petista André Vargas (agora sem partido-PR) "há muito tempo",  mas negou que tenha tratado com ele sobre acordo com o laboratório Labogen. Vacarezza disse que também conhece o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, mas ressaltou que, ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, nunca houve reunião entre os três para tratar de negócios com o Labogen ou de política. O deputado petista disse ainda que não sabia que Youssef era doleiro, “sabia apenas que era empresário”. O depoimento foi primeiro colhido pelo Conselho de Ética no processo de quebra de decoro contra o deputado federal petista André Vargas, ex-vice-presidente da Casa. O processo foi aberto depois que investigação da Operação Lava Jato apontaram ligações de André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso Polícia Federal. Conversas obtidas pela Polícia Federal indicam que André Vargas intercedeu em favor de uma das empresas de Youssef, o laboratório Labogen, em contratos com o Ministério da Saúde. Além disso, a operação constatou que André Vargas usou um avião fretado por Youssef para fazer uma viagem a João Pessoa com a família, fato depois confirmado pelo deputado. No depoimento, Vacarezza disse que foi um “erro gravíssimo” do deputado André Vargas aceitar o empréstimo do avião, mas defendeu Vargas da acusação de lobby a favor da Labogen. A Operação Lava Jato, deflagrada no dia 17 de fevereiro pela Polícia Federal, cumpriu 24 mandados de prisão e 15 de condução coercitiva, além de 81 de busca e apreensão em 17 cidades. A princípio, Youssef, que está preso em Curitiba, seria ouvido por videoconferência nesta quarta-feira  pela comissão, porém a Justiça Federal no Paraná atendeu a pedido da defesa e cancelou a oitiva alegando “economia processual”. O relator do processo, deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), disse que a comissão ainda vai tentar ouvir o doleiro e não descarta o envio de uma comitiva do colegiado a Curitiba. Segundo Delgado, estão mantidos para esta quarta-feira os depoimentos dos donos do laboratório Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, suspeitos de ter conseguido contrato com o Ministério da Saúde a partir de um pedido de Vargas. O prazo para o relator concluir o processo termina no dia 30 de julho, caso não haja recesso parlamentar.

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