sexta-feira, 4 de julho de 2014

RETIRADA DE ESCORAS PODE TER CAUSADO A QUEDA DO VIADUTO EM BELO HORIZONTE

A queda do viaduto na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, na quinta-feira, pode ter sido causada pelo afundamento do pilar principal da obra, após a retirada das escoras. É o que afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape), Frederico Correia, nesta sexta-feira, depois de ter vistoriado o local. O acidente causou a morte de duas pessoas, a motorista de ônibus Hanna Cristina, de 26 anos, e o condutor de um automóvel, Charles Federico do Nascimento, de 25 anos. Os veículos foram esmagados pela estrutura de concreto. "Quando a estrutura é retirada, o peso antes distribuído entre os pilares e as escoras é direcionado para o pilar principal. Nesse momento, acreditamos ter havido o afundamento", explicou o engenheiro. A prefeitura de Belo Horizonte destacou um grupo, formado por engenheiros indicados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas) e por empresas do setor, para avaliarem as causas do desabamento. Funcionários da obra afirmaram que os suportes de sustentação não eram suficientes para aguentar o peso da estrutura. A construção do viaduto fazia parte de um pacote de obras que deveria ter sido entregue antes da Copa do Mundo. As intervenções viárias eram financiadas com recursos do chamado “PAC da Copa”, estimado em 713 milhões de reais. Segundo a prefeitura, o viaduto estava na fase final de construção. O secretário municipal de Obras, José Lauro Nogueira, afirmou que estenderá a vistoria para mais dois viadutos, que fazem parte do mesmo complexo viário, para avaliar se há risco de novos desabamentos. Em fevereiro, o pilar de um dos viadutos teve um afundamento de 27 centímetros. A obra precisou ser paralisada e a região foi isolada. Nogueira responsabilizou a prefeitura e a construtora Cowan, responsável pelas obras, pela tragédia desta quinta-feira. Também levantou-se a suspeita de superfaturamento nas obras. Em 2012, o Tribunal de Contas do Estado detectou indícios de sobrepreço no valor de 6 milhões de reais. O Ministério Público de Minas Gerais apura o caso.

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